domingo, 7 de julho de 2019

Manifesto CONTRA o Pragmatismo Arquitetício:

(Fontes das Imagens: Exame e Globo)

Como meus manifestos são direcionados primeiramente aos marceneiros, acho melhor iniciar esta Guerra Semiótica explanando os significados dos termos utilizados:

Pragmatismo: Filosofia do sujeito comum que visa se preocupar apenas com as coisas práticas que podem ser verdadeiramente úteis no seu dia a dia, conhecimento empírico, objetivo, voltado à concretização das ideias no plano físico, aquilo que comprovadamente funciona. (Fonte: Wikipédia).

Escolásticos: Seria um grupo que transforma a profissão numa religião misturando razão e fé, um mergulho na complexidade e subjetividade... Este movimento filosófico na verdade ocorreu nas universidades medievais europeias nos séculos IX ao XVI tendo São Tomas de Aquino como maior representante. (Mais informações).

Levantei esta provocação no Grupo Marcenaria BRASIL para dar início aos debates:

"Arquitetura + Empreendedorismo........ Com o advento da tecnologia 4.0 que vai causar grandes mudanças..... Hora de fomentar uma maior valorização da produção intelectual.... No passado recente da arquitetura americana onde Brancos (modernistas/Bauhaus) e Cinzentos (Pós Modernistas) ferviam o mercado com suas disputas intelectuais em concursos, publicações, manifestos, livros, etc... A arquitetura de redutos.... Muitos arquitetos encontravam um meio de ganhar seu sustento e até atingir o sucesso por esse meio.........Minha proposta é que a Arquitetura deve incendiar o mercado novamente com sua produção intelectual do mais elevado espírito e largar mão do Pragmatismo Arquitetônico...........Menos é mais ou menos é muito pouco???.............E os empresários dominantes no universo tangível DEVEM patrocinar isso para girar o mercado, caso contrario não terão pra quem vender seus produtos e serviços, o capital precisa girar.
Sim! Tal proposta não é apenas para a Arquitetura.... O meio acadêmico de um modo geral precisa fervilhar!!!! Todas as áreas!!!"
(Fonte do Debate).

E para embasar minha defesa invoquei esta passagem do livro que ganhei de uma grande amiga, a Ana Eliza Roder França:

"A recessão do início da década de setenta intensificou o processo. Ela destruiu a estrutura comercial da arquitetura americana quase tão inteiramente quanto a Grande Depressão quarenta anos antes. Houve na década de sessenta uma fantástica expansão na construção civil; praticamente todos os principais centros urbanos no leste americano foram construídos em pouco tempo. Fundaram-se muitas firmas novas de arquitetura , e outras tantas mais antigas cresceram a ponto de empregar mais de cem pessoas. A expansão chegou a um fim natural no momento em que se iniciava a derrocada financeira. Da noite para o dia, ou assim parecia, de trinta e quarenta por cento dos arquitetos estavam desempregados. Firmas com duzentos empregados ficaram repentinamente reduzidas a dez. Sócios principais passaram a atender telefones. E desenhistas foram promovidos a vice-presidentes. Dessa forma, ao invés de receberem salários, ganhavam participações de lucros, que já não existiam. Então sobreveio o êxodo. Metade dos arquitetos dos Estados Unidos parecia estar trabalhando, quando estavam, para o Xá do Irã. Quarenta por cento pareciam estar trabalhando para o Rei Saud, o Bom. O RESTANTE CONTINUOU NO PAÍS BATALHANDO PELA FAMA NO ÂMBITO DA COMPETIÇÃO INTELECTUAL DAS ACADEMIAS."
(Da Bauhaus ao nosso caos - Tom Wolfe - Pág.: 86)

Invocado sejam os Escolásticos...

O jornalista e crítico do Modernismo, Tom Wolfe, neste livro fala que Robert Venturi foi o sofista agitador que abriu a era dos Escolásticos nos EUA. Polêmico com sua proposta de criar o Pós Modernismo e questionar tudo o que foi pregado pelas estrelas da Bauhaus até o momento sem mudar praticamente nada de significativo. Porém com seu discurso retórico conseguiu agitar o mercado da arquitetura de redutos e ficar famoso. Uma rivalidade conveniente entre Brancos e Cinzentos para agitar os ânimos, fazer a roda girar...
Neste sentido a produção de Teorias da Arquitetura passam a ser tão importantes quanto Obras Construídas. Não há espaço para todos na Arquitetura Autoral, mas há espaço para Manifestos Autorais, bora produzir...
Eu mesmo critiquei muito o meio acadêmico por saber muito bem que a maioria dos formados saem das faculdades sem preparo algum para o mercado de trabalho, não possuem conhecimento técnico, prático, objetivo... Mas esse mercado de trabalho já não existe mais, o pouco que existe é para poucos, e ainda por cima ganhando pouco, precisamos inventar outros meios de geração de renda.

Precisamos fazer isso de novo!
Um novo movimento artístico filosófico deve surgir!
Mentes precisam ferver e a roda girar!

A tecnologia veio para melhorar a qualidade de vida das pessoas retirando desses as atividades perigosas, repetitivas e pesadas... Diminuindo a margem de erro e tornando o uso de recursos naturais algo mai eficiente e eficaz, sem desperdícios e poluição. 
Porém em contrapartida isso vai afetar drasticamente o mercado de trabalho. Isso que estou inicialmente focando nos meios de produção, mas é bom lembrar que os APPs e as pseudo Inteligências Artificiais estão a todo momento lançando novidades no mercado que tomam espaço nas áreas burocráticas e de criação também.
Há um tremendo PARADOXO aqui, se é que consigo usar este termo adequadamente, quem vai consumir os produtos da 4.0 se a maioria da população estará desempregada ou subempregada com baixos rendimentos? 

Hora de fomentar e valorizar a Produção Intelectual em todas as vertentes possíveis!!!

Como vamos fazer isso numa sociedade cada vez mais pragmática, para não dizer terraplanista, onde a grande massa valoriza apenas aquilo que é tangível, o produto final, e não a mão de obra humana e suas ideias???

Mais importante do que mentes brilhantes produzirem material teórico são os influenciadores capazes de se comunicar com as massas e inserir tal valor em suas mentes. O ato de PENSAR deve virar um ativo, principalmente num contexto onde DIPLOMAS PERDERAM SEU VALOR, onde a sociedade passou a cobrar o CONHECIMENTO que tal diploma deveria acompanhar, como também a paixão pela profissão levada às ultimas consequências.

Outra coisa que defendo é a maior valorização e inclusão dos autodidatas neste movimento pseudo escolásticos, pois sua paixão congênita faz a roda girar, provoca, contamina. Sei que sou suspeito em defender isso, mas creio que este manifesto seja um exemplo do que a sociedade perde ao perseguir e julgar tal produção.

Na verdade o melhor caminho é uma fusão entre o sujeito comum e os intelectuais, sejam eles acadêmicos ou não, pois a sociedade precisa incluir todo mundo numa ação mais dinâmica, nada mais retrógrado do que luta de classes, raças, gêneros, gerações, formações, religiões, etc...

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