domingo, 14 de julho de 2019

Ramo Moveleiro - A era dos autônomos





Postei esta chamada para debate no Grupo Marcenaria BRASIL hoje e tivemos uma participação tímida, porém edificante, deu para fazer a turma refletir um pouco sobre o que está ocorrendo no grande mercado. (ACESSE O DEBATE AQUI).

Alguns amigos do ramo defendem que as lojas/fabricantes de modulados sentem maior concorrência dos fabricantes de seriados para as lojas de magazine, enquanto as marcas mais renomadas dos móveis planejados 100% editáveis atendem a classe A e B diretamente, ou através de especificadores (designers, arquitetos e decoradores), num mercado que dificilmente o marceneiro comum consegue chegar. Fica para o marceneiro um nicho de mercado próprio onde estes gigantes não chegam, pois não há viabilidade.

Mas agora, devido a crise, os especificadores passaram a comprar os móveis direto de fábricas, que se auto rotularam como "sob medidas", ou revendas que possuem plano de corte, bordeamento e furação que dão até suporte técnico em projetos e depois basta contratar por fora montadores indicados pelas mesmas. Existem até associações de montadores agora que atuam via APP e Site.

Mas a pergunta que não se cala:

Há montadores qualificados no mercado pra atender toda essa demanda?
Existem cursos específicos para captar interessados e dar o treinamento adequado?
Os montadores são valorizados adequadamente e possuem o mínimo de segurança?



No debate o Adriano Pimenta da Léo sob Medida defendeu que estes profissionais especificadores (designers, arquitetos e decoradores) não querem se responsabilizar por todo o processo de marcenaria....

"Esses profissionais não se interessam em assumir a responsabilidade total da marcenaria, não tem conhecimento técnico pra isso, se fosse assim tb poderiam montar a marcenaria, aqui na Sob Medida trabalhamos somente com quem tem propriedade de executar marcenaria . Vendemos somente para profissionais como vc, não existe essa tendência pois o móvel no Brasil tem um nível de complexidade que exige conhecimento,arquitetos e Designers estudaram para criar tendências, não tem nenhuma vivência em estruturação, por isso esse mercado é muito improvável que surja, e com certeza não seremos nós da Sob medida a fomentar, seria uma nova faculdade, vocês estão prontos ."

Minha resposta:

"Gosto do seu discurso.... Mas percebo outra tendência no mercado, e é esta que postei.... Porém também acho que não vai virar moda exatamente por causa de tudo o que vc postou.... A não ser que um ARQUITETO DE VERDADE crie e ajuste este novo sistema de trabalho...... Digo por uma abordagem coletiva, claro...... Resta saber qual sistema oferece mais vantagens à sociedade como um todo antes de fomentar qualquer vertente, claro.....analisar impactos....Uma coisa não pode ser negada: Estamos na era dos autônomos, dos freelancers!!!"

No desenrolar do debate deu pra perceber uma forte reação contrária a este movimento de centralização das atividades nas mãos de autônomos (MEI), freelancers e informais... Percebi bastante preconceito e falta de visão social perante a crise.

Obviamente que tudo isso tende a passar com o recuo da crise, porém acredito mais num contexto onde autônomos bem resolvidos vão dominar o mercado atuando através de sistemas de associação/cooperativas do que um retorno ao sistema anterior onde poucos empresários ganhavam muito assinando a carteira de trabalho de equipes enormes onde cada um cuidava de um processo.

Com o advento da indústria 4.0 no setor moveleiro teremos fábricas totalmente automatizadas servindo sistemas cada vez mais complexos de autônomos via APPs, e isso é inevitável.

Bem sabemos que a percepção de qualidade de vida de quem trabalha por conta é maior, mesmo ganhando menos, pois não possuir chefe e ter horários flexíveis, fora a possibilidade de ganhar mais, é algo que atrai a maioria dos brasileiros que por natureza são empreendedores.

Lógico que para trabalhos autorais e extraordinários os especificadores não vão conseguir fugir dos marceneiros de verdade. Estamos falando de caixarias de MDF aqui, de volume, muito mais do mesmo, móveis denotativos utilitários sob Medida, modulados ou planejados, não importa o rótulo. No fim sobra as buchas pros marceneiros cobrarem barato pra fazer algo fantástico e levar calote e lição de moral porquê atrasou uma semana pra fazer algo exageradamente complexo. Triste fim?? Nem sempre! hehehe

Os autônomos devem só tomar cuidado com imprevistos e planejar muito bem a aposentadoria. 

Mas segundo estudos que achei na rede, muitos autônomos afirmam que não pretendem se aposentar, e outros dizem que possuem plano B...

Conclusão:

Devemos passar a dar mais moral aos montadores! As industrias através do SENAI ou de ações conjuntas ou particulares devem promover cursos de captação de jovens interessados e capacitação dos mesmo. Devemos parar de ver esta profissão como um bico de desempregado e profissionalizar os autônomos.

Da mesma forma devemos acolher os designers e arquitetos que queiram se especializar e assumir maiores responsabilidades, formar equipes ou fazer parte de um sistema bem montado pelas fábricas ou revendas, pois lutar contra isso não vai funcionar, melhor a fazer é fomentar e abrir oportunidades para essa turma se capacitar ainda mais.

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