terça-feira, 27 de novembro de 2018

Roseli Burghausen: O cliente mudou, você também precisa mudar!




Prospectar novos clientes hoje em dia é difícil.
Muitas lojas de planejados deram calote em muita gente, muitas foram as pessoas que se decepcionaram com o péssimo acabamento de lojas de planejados e também de marcenarias, isso deixou as pessoas ressabiadas e cada vez mais, o cliente tem aprendido a pesquisar e procurar indicações antes de comprar.

Acho válido investir em publicações, se tornar visível ao público, é aquele velho ditado: quem não é visto, não é lembrado!

O Mundo anda muito digital, Facebook, Instagram, WhatsApp dominam a vida das pessoas, acho válido focar nisso, mostrar interação com o público, publicar projetos, montagem, executado, o cliente poder ver o passo a passo de um projeto, isso torna aquilo real, ele vê que realmente está acontecendo, marcar o cliente nas publicações também traz transparência, as pessoas sabem de quem é aquele móvel e podem, caso tiver dúvidas, entrar em contato com ela e perguntar sobre sua experiência.

Chega dessas imagens fakes de lojas de planejados... aqueles banheiros enormes que ninguém tem, aquelas cozinhas enormes que não existem... são projetos lindos sim, mas não existem, não é o "real" na vida da grande maioria das pessoas.

Temos que cativar o cliente com algo que ele possa olhar e dizer: Nossa, na minha casa tem um espaço assim! e aí ele poderá pensar, que ele também pode ter aquilo.

Trabalhe sempre com honestidade e transparência com seu cliente.
Cumpra horários e prazos, dê uma previsão de tempo de montagem, se por algum motivo vc for atrasar, não tente enganar ele, dê satisfação, explique oque aconteceu e mostre soluções.... trabalhar com transparência é sempre o melhor caminho, imprevistos acontecem com todos, mas manter o cliente informado, dar satisfação e soluções faz toda a diferença!

Foque nisso, foque no seu cliente, foque no pós venda, seja presente!
Envie mensagens a ele de natal, ano novo, páscoa, dia do cliente... mostre que embora você já tenha cumprido seu papel e entregado o projeto, você ainda se lembra dele e ele é importante para você, não deixe ele te esquecer. Muitas vezes é nessa mensagem que ele lembra que tem outro espaço na casa que quer fazer... ou nessa hora ele lembra que ficou de mandar seu contato para um amigo, etc.

Mantenha seu cliente, seja fiel a ele e ele será fiel a você!
Cliente que indica cliente, é a melhor propaganda que existe.

Tenha também uma página profissional no Facebook e deixe aberto a opção de avaliação, sempre que concluir um trabalho, peça ao seu cliente para avaliar no Facebook como foi sua experiência. Vocês não tem noção de como isso é bom para nosso trabalho e a prospecção de novos clientes.

Dicas da Projetista de Móveis e Interiores
A Gaúcha: 

Administradora da Página que está bombando na rede:

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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Cobrar por Metro Quadrado é realmente um chute???




Segue um vídeo rápido explicando como cobrar por Metro Quadrado:

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Os números falam mais do que palavras!

 Elaboração de Preço de Venda:

Índices de Referência (%):
Material -------------------------------------------------35%
Custo Operacional-------------------------------------45%
Lucro Líquido (Não é Prolabore)--------------------20%
(Fiz muitos testes e cálculos pra chegar nestas porcentagens, não convém explicar agora).

Preço de Venda (PV)= Custo Operacional (CO)+ Material (MT)+ Lucro Líquido(LL)+

Como calcular custo operacional sobre cada serviço é difícil usamos os índices anuais como referência. Assim podemos usar esta Fórmula:

Preço de Venda(PV) = Material(MT) dividido por 35%

Por exemplo um serviço onde gastaremos R$ 500,00 de Material ficaria assim:
PV = R$ 500,00 / 35% (Calculadora)
Ou melhor
PV= R$ 500,00 / 0,35 (Computador/Excel)
PV =R$ 1.428,00

Cobrando por metro quadrado:

Vamos imaginar que esse material de R$ 500,00 foi usado pra fazer um Gabinete de 2,55m (Comprimento) x 0,7m (Altura). Ou seja, 1,785m2.
Agora pegamos esses R$ 1.428,00 e dividimos por 1,785m2.
Resultado =  R$ 800,00 p/m2. Esse é o valor a ser cobrado por m2 em cima de serviços semelhantes. Mas aconselho cobrar por m2 só cozinha completa e conjunto de quarto. Essa jogada pra serviços pequenos, só um gabinete por exemplo, não funciona muito bem, pois basta o Cliente pedir só gavetas pra dar prejuízo ou se pedir só portas ficará muito caro! Mas dentro de um projeto maior as coisas se equilibram. Dificilmente um Cliente irá pedir gavetas na cozinha inteira e se pedir é só cobrar mais caro.

Observação: É bom acrescentar que existem várias situações em que seguir regras não é viável. Um exemplo é a Lei da Oferta e da Procura. Fim de ano, por exemplo, é prática comum cobrar mais caro e o mercado aceitar.
Há serviços em situações especiais que dá pra agregar mais valor. Prazo curto, por exemplo! E existem também serviços especiais com um grau de dificuldade de execução ou montagem maior que devem ser bem cobrados.

Como calcular Faturamento Mínimo:

Essa informação é muito importante no estudo da viabilidade de um negócio como um todo e principalmente quando queremos investir. Quero abrir um ShowRoon, por exemplo. Quanto será necessário ampliar meu faturamento atual para sustentar mais essa Despesa Fixa junto com as Variáveis? É viável?

Para calcular o Faturamento Mínimo é preciso levantar uma média de no mínimo 3 meses (Melhor 1 Ano) de quanto você precisa para manter sua empresa funcionando (Custo Operacional).

Custo Operacional = Despesas Extras + Despesas Fixas + Estimativa de Impostos sobre Faturamento Médio  

Observação: O certo é calcular o Preço de Venda Prévio primeiro pra só depois lançar os Impostos, Comissões e Margem para Desconto pra chegar no Preço de Venda Final, mas vamos simplificar as coisas.

Exemplo:

Fiz um cálculo estimando meu Custo Operacional Atual. Descobri que juntando tudo e fazendo uma média preciso de R$ 4.000,00 p/mês pra cobrir as despesas em geral da minha Pequena Marcenaria.
Sabendo que o índice ideal do Custo Operacional é 45% podemos usar a Fórmula:

Faturamento Mínimo = Custo Operacional dividido por 45%
Então:

Faturamento Mínimo = R$ 4.000,00 / 0,45
Faturamento Mínimo = R$ 8.888,00

Conclusão: Se você faturar menos que R$ 8.888,00 Bruto seu lucro vai cair podendo até levar prejuízo. Se faturar mais seu lucro aumenta. Mas sabemos que existe a questão da sazonalidade onde um mês bom cobre o outro ruim e o Lucro Real só pode ser medido anualmente.

Vamos inserir um ShowRoon nos cálculos:

Digamos que pra sustentar um ShowRoon meia boca em um salão alugado você aumentará suas despesas em R$ 3.000,00 (Aluguel de mil, funcionário de mil e mais alguns gastos). Vamos deixar de lado o investimento inicial com Móveis e ambientação e modificações periódicas que são necessárias pra manter o ShowRoon funcionando.
Vamos lá: R$ 4.000,00 + R$ 3.000,00 = R$ 7.000,00 de Despesas em Geral

Faturamento Mínimo = R$ 15.555,00 (que pode ser uma média mensal)

Observação: O certo é estabelecer uma Meta de Faturamento pra cada mês em especial observando os relatórios de venda bruta dos anos passados.

Conclusão: Se você abrir um ShowRoon você será obrigado a Faturar e Produzir o DOBRO!
Isso é viável?
Você tem capacidade de produção pra isso? Lembre-se que aumentar a capacidade de produção significa aumentar as Despesas que por sua vez significa aumentar a necessidade de Faturamento.
Também tem outra questão! 20% de R$ 15.555,00 é 3 mil! Vale a pena?
Pra aumentar esses 3 mil você terá que faturar e produzir muito mais do que 15 mil e quinhentos. Ou cobrar mais caro pra mexer nos índices(%) ou cortar gastos de alguma forma.
Basta uma oscilação de mercado ou um calote pra melar o caldo. O negócio é sério! Muito movimento pra pouco LUCRO!
Ampliar as Vendas e Produção sem aumentar as despesas fixas é o ideal. Investir em uma máquina, por exemplo, não é despesa fixa. Pagou ta pago! Comprar um salão próprio é a mesma coisa. Mas alugar um salão maior, abrir ShowRoon ou contratar  mais funcionários é perigoso. Pra isso devemos estudar muito e observar se realmente é necessário! Será que isso trará retorno?
Só vale a pena assumir novas responsabilidades se o Lucro aumentar também, caso contrário poupe a dor de cabeça! Mas observamos muitos Micro-Empresários que vão inchando a Empresa só porque quer e acha bonito crescer!
É por isso que eu optei por manter minha empresa enxuta e agregar valor ao serviço, ou seja, cobro mais caro só que faço por onde.
Obviamente que um só Cliente pode cobrir sua necessidade de faturamento (é por isso que eu gosto deste ramo), mas é bom não ficar contando com isso a menos que você já tenha um bom nome no mercado e esses Clientes aparecem com freqüência.

Como elaborar seus próprios índices:

Primeiramente você precisa de um Relatório Mensal e no fim de todo mês fechar as contas, lançar todos os dados em um Relatório Anual e abrir uma nova Planilha (Excel) para levantar os dados do outro mês separados.

Convém dividir as entradas e saídas em Capital de Clientes, Gastos c/ Material, Funcionários, Despesas Fixas, Despesas Extras, Investimentos, Pró-labore (pode entrar na planilha de funcionários), Conta Corrente ou Poupança (uma planilha para cada conta indexada ao caixa), Contas à pagar, Promissórias à receber, Serviços e Prazos em andamento e por fim uma Planilha para demonstrar o total de cada item para uma visão geral.

Ao concluir pelo menos três meses de operação você já pode utilizar seu Relatório Anual para elaborar uma média entre os valores e calcular a porcentagem em relação à entrada de Capital de Clientes. É importante perceber que Entrada de Capital não é a mesma coisa que Vendas, é interessante montar uma Planilha separada dentro do Relatório Anual para computar os dados referentes à Vendas citando se é à Prazo ou à Vista e quantos clientes foram atendidos em cada mês para levantar a média de gastos de cada cliente.

Caso alguém não tenha entendido é só postar sua dúvida aqui!

A importância da Estatística...

Um micro-empreendedor precisa se libertar da necessidade de viver num mundinho supostamente seguro e milimetricamente calculado. No mundo dos negócios usamos amplamente os conceitos da Estatística, onde o que importa é a MÉDIA e não os resultados de cada mês em si.

Volto a citar que devemos observar a operação financeira da empresa com uma visão anual, e não mensal.
Não tente CONTROLAR, apenas CONDUZA!
Presta atenção na boiada ao invés da mosca!

É aplicando os conceitos da estatística que chegamos à uma fórmula simples e segura de cobrar por Metro Quadrado sem riscos. Para isso devemos primeiramente seguir um padrão geral nos móveis e atendimento que pode ser dividido em dois ou mais patamares. Podemos estabelecer área mínima (recomendado) e abandonar a idéia de se preocupar se o Cliente pediu ou não uma gaveta a mais ou uma prateleira. Devemos cobrar por m2, apresentar o leque de opções e conduzir o Cliente na melhor solução.

Eu, por exemplo, cobro um preço diferente para gabinetes/balcões dos armários aéreos que possuem menor profundidade.

Agora em serviços especiais é necessário cobrar por material. Devemos analisar estes serviços pelo olhar do marketing. Eles nunca darão tanto lucro quanto a parte que pode ser padronizada, mas serve para encantar o Cliente e como diferencial. É por isso que devemos analisar a obra como um todo, e pelo contrário do que todo mundo pensa, ganhar mais no simples e empatar custos no complexo!

Dá pra cobrar mais caro no complexo principalmente quando o Cliente quer apenas o Complexo e já possui as caixarias (cozinha, dormitórios, etc.). Neste caso seria interessante até desfazer do serviço ou meter a faca, pois este Cliente só ta querendo socar o caroço e nunca vai servir um filé. Só se ficar evidente uma possibilidade de indicações fortes.

Resumindo...

Devemos aprender e principalmente gostar de lidar com VARIÁVEIS!

(Autodidata Apaixonado por Marcenaria, Design, Arquitetura, Arte, Filosofia, Debate, etc...)

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sábado, 24 de novembro de 2018

Existe Marcenaria hoje em dia sem Projeto 3D e Plano de Corte?



Existir obviamente que existe, porém tal marcenaria é lucrativa?
E se é lucrativa consegue utilizar todo o potencial e expandir?
Consegue competir em pé de igualdade com as mais modernizadas?

É fato indubitável que o advento do MDF, Projetos 3D, Executivo 2D, Lista de Compras, Listagem de Peças e Plano de Corte mudou toda a metodologia de trabalho das Marcenarias atuais. Tais ferramentas somadas aos investimento em maquinário de ponta como Seccionadoras, Furadeira Múltipla, Coladeiras Automáticas, Centro de Usinagem ou de Furação CNC e outros..., conseguem multiplicar imensamente a capacidade de produção e qualidade de todos os processos envolvidos, uma perfeita união da eficiência com a eficácia.

Outrora na Marcenaria Tradicional, aquela que trabalhava com maciço, compensado, paineis, folha, fórmica, seladora, verniz, etc..., era comum o marceneiro fazer tudo do seu jeito trabalhando o dia todo, comendo e dormindo ao lado da esquadrejadeira ligada interruptamente. Ele ia cortando, pré-montando, testando, medindo, cortando de novo, medindo... Num vai-vem frenético na serra, e quando havia mais de um marceneiro dividindo a mesma máquina a briga era feia, sobras de chapa pra todo lado e uma necessidade sempre crescente de espaço. A técnica utilizada era sarrafear as faixas com as medidas das peças maiores primeiro (chapéu, base, fiancos e laterais) e depois esquadrejar, com as sobras tirar as peças menores. Sempre cortando 5mm maior para depois repassar o corte, outro processo que com um maquinário atual como uma seccionadora pode ser descartado, basta limpar o corte de fábrica.

Podemos afirmar sem sombra de dúvidas que o MDF trouxe mais seriedade ao ramo das marcenarias aumentando o nível técnico das mesmas, pois tal material industrializado proveniente de reflorestamento já vem acabado e possui padrão tanto na espessura quanto nos impressos variados. Antes era comum faltar material e não conseguir achar outro igual, sempre havia uma variação de desenho e tonalidade na mesma variedade de lâmina, fora outros agravantes que só quem também já trabalhou na Marcenaria Tradicional sabe.

Porém foi mesmo com os projetos + plano de corte que as marcenarias conseguiram realmente padronizar a estética e qualidade de acabamento de sua produção assim como todos os demais processos, pois antes o cliente fechava um apartamento inteiro com a mesma marcenaria, cada marceneiro da equipe fazia um cômodo do seu jeito e no fim a casa do cliente parecia ter sido feita por várias empresas diferentes, não havia um padrão em nada.

É bom deixar claro que padronizar móveis sob medida é diferente de migrar para produção em série, longe disso, é apenas seguir a mesma forma de trabalhar e os resultados apesar dos projetos serem diferentes.

Muito se fala do Projeto 3D como ferramenta de venda, mas muito pouco se fala como ferramenta de produção e orientação de montagem, sempre defendi que o 3D pode e deve acompanhar as outras ferramentas em todas as etapas. Fora que há meios hoje em dia de utilizar softwares dedicados a móveis que exportam do 3D automaticamente pro plano de corte, pesquisem.

Dentro deste contexto um novo profissional ganha destaque: O Projetista Técnico!
Esse profissional pode ser proveniente da área de projeto com formação acadêmica (designer ou arquiteto) que se especializou em móveis sob medida ou pode ser um mestre marceneiro que evoluiu para projetista dominando os softwares necessários. Não há formação específica no mercado para tal profissional. Esse camarada passa a fazer a ponte entre os Vendedores Projetistas, Designers e Arquitetos com a Linha de Produção passando os conceitos para a linguagem técnica, listagem de peças, lista de material, plano de corte e até etiqueta com código de barras naquelas que possuem sistema CNC. Ele chega a ser um mediador de conflitos até, pois passa a peneirar aquilo que pode ou não ser vendido x produzido, como e quando será feito e dividir as tarefas especiais entre a equipe conforme habilidades específicas de cada membro.

Tal sistema permite treinar profissionais para atuar na produção em apenas 3 meses, trabalhar só com um Projetista Técnico ou Mestre Marceneiro que domina os softwares e várias células de 1/2 Oficiais e Ajudantes além dos montadores. E assim eliminar totalmente aquele velho marceneiro rabugento que só fazia as coisas do seu jeito e no seu tempo. Porém há a jogada de trabalhar com um centro unificado de corte e bordeamento dentro da marcenaria com funcionários fixos e dividir os ajustes finais, peças especiais e montagem por células de empreiteiros com ajudantes. Mesmo que cada célula ganhe mais no serviço do que a empresa, eis que o dono da Marcenaria lucra mais do que todos quando colocar pelo menos cinco células pra atuar simultaneamente...

Essa metodologia permite inserir no sistema de produção sob medida as famosas Seccionadoras, Coladeiras Automáticas, CNC, etc... Sem perder a liberdade do sob medida e viabilizando tal investimento ao mesmo tempo explorando ao máximo o potencial adquirido de foma eficiente e eficaz. Mas a maioria das marcenarias que compraram maquinário de ponta ainda produzem à moda antiga não conseguindo aplicar 1% do potencial de tal estrutura por falta deste Projetista Técnico ou Marceneiro Mestre que domina os softwares. Fato!!! Muito mais do mesmo! Tais máquinas se tornaram grandes Elefantes Brancos dentro da Marcenaria, tecnologia para Inglês Ver.

Alguns pegam um serviço grande e vão logo se aventurando a fazer tal investimento para depois usar tais máquinas em posteriores produções medíocres, mas muitas vezes a demanda é grande e contínua, porém executada à moda antiga, o marceneiro cortando tudo do seu jeito na esquadrejadeira enquanto há uma Seccionadora ou Centro de Usinagem alí do lado cortando algumas poucas peças ou parado.... Fora outros elefantes cor de rosa. Kkkk O dono da marcenaria compra a máquina para alimentar seu ego, pra bater no peito e dizer que tem, mas logo enjoa do brinquedo novo e deixa de lado porquê seus funcionários não conseguiram assimilar a tecnologia.

Outra questão muito importante que deve ser levada em consideração na decisão de comprar maquinário de ponta é exatamente esta, não basta comprar e colocar na tomada e sair usando, tal aquisição muda toda a metodologia de trabalho da marcenaria e envolve o uso de softwares além das máquinas para que o sistema funcione com total capacidade produtiva e o investimento se pague o quanto antes.

E no plano de corte podemos citar as vantagens no aproveitamento de chapa, controle na compra da quantidade certa de material, Maior facilidade no aproveitamento das sobras pras peças pequenas, nunca mais ficar pensando e repensando com a máquina ligada, facilidade orçamento do serviços, possibilidade de unificar setor de corte para várias células (marceneiros), possibilidade de verificar necessidade de mudar o projeto em algum detalhe sem grande importância para com isso comprar uma chapa a menos, possibilidade de perceber que vale à pena comprar uma chapa fina pra fazer os fundos ou fazer tudo com a sobra da chapa mais espessa, e por aí vai... Lugar de pensar é no projeto, e não na produção com as máquinas funcionando, fato!

Outra vantagem de tal sistema: O colaborador não consegue dominar todos os processos para logo depois sair da Marcenaria, colocar a empresa no pau, e montar concorrência. Fato!!!
Pode parecer apocalíptico para o profissional marceneiro tal horizonte, mas em verdade vos digo que os verdadeiros marceneiros raiz, aqueles que dominam todo o processo e praticamente todos os materiais.... Esse vão continuar bem, obrigado! Vão continuar a ser disputados aos tapas para fazer serviços especiais, extraordinários, exclusivos e tal... Na verdade defendo tal profissional atuando dentro das marcenarias equipadas para assim poder explorar ao máximo a liberdade criativa e de execução da Marcenaria sob Medida, aquela que apelidei de DISRUPTIVA (Leia mais a respeito AQUI).

E finalizando... O Mais interessante é que existem vários softwares de graça disponíveis na internet, como o SketchUp para o 3D e o tal de MaxCut para o Plano de Corte entre outros. Uma boa Planilha do Excel também ajuda muito, mas o verdadeiro diferencial está no conhecimento e domínio total das formas e lógica de execução de Móveis sob Medida.

Não vou entrar no mérito da terceirização para as revendas do corte e bordeamento, muito menos esta nova modalidade que propõe ao marceneiro ficar só com a venda e montagem, terceirizando projeto e produção.....Pois acredito que tais vertentes chegaram até a fazer algum barulho, mas já estão recuando devido às falhas de tal sistema. (...)(...)(...)

Nos grupos do Facebook Marcenaria BRASIL e Marceneiros de Plantão houve debates interessantes sobre tal tema que deu origem a esta matéria aqui postada, confiram clicando no nome do grupo.


Autodidata apaixonado por marcenaria, design, arquitetura, arte, filosofia...

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domingo, 4 de novembro de 2018

O surgimento da Marcenaria sob Medida DISRUPTIVA




Devemos inicialmente elucidar o que vem a ser este termo "Disruptivo"... Pois bem... Estamos aqui nos apoderando de um termo muito usado no marketing para descrever produtos e serviços que quebram o censo comum da evolução tecnológica, os padrões, os modelos, porém tem mais a ver com a forma de agir no mercado do que a tecnologia em si. Normalmente se refere a um produto ou serviço que atende uma demanda intermediária que busca apenas ofertar um produto/serviço BOM e BARATO que está abaixo daquilo que é tido como padrão de excelência. Podendo assim ganhar força e acabar empurrando os líderes para o topo da piramide de consumo ou até eliminar do mercado. (Fonte de pesquisa: Wikipédia).

Não há nada mais Disruptivo do que a Marcenaria sob Medida tocada por pequenas marcenarias familiares ou autônomos, tal marcenaria vai contra tudo o que foi pregado até agora pela Filosofia Modernista após a Revolução Industrial que tirou do artesão os meios de produção e lançou estes nas fábricas para atuarem em atividades repetitivas e maçantes desprovidas de maior reflexão.

Mesmo trabalhando com estrutura reduzida e até precária e pouco conhecimento de gestão, tais empresas são competitivas e dominam mais de 70% do mercado segundo estudos encomendados por fornecedores da área que se tornaram grandes parceiros do Marceneiro Disruptivo financiando os clientes finais na compra dos insumos e ofertando ações de qualificação e estruturação física.

Embora há uma fraca corrente atual que defende uma marcenaria que terceiriza só o corte, toda a produção e até o projeto ficando apenas com a montagem, eis que o comum ainda é o marceneiro centralizar em sua empresa todo o processo. E principalmente hoje em dia com o fácil acesso às ferramentas de projeto, eis que os melhores profissionais eliminaram as parcerias com profissionais de projeto e passaram a atuar diretamente com o cliente final, mais um aspecto disruptivo, aliás.

Sempre defendi que a Marcenaria sob Medida Disruptiva está para a complexidade Pós Modernista assim como a Produção em Série está para o Modernismo e sua objetividade simplista exacerbada. Ela atende não só necessidades sob medida respeitando o individualismo dos usuários como os insere no processo produtivo como um todo, aquilo que alguns chamam de Cocriação e outros de Criação Participativa. O cliente possui um leque infinito de escolhas, tanto conceitualmente quanto nos materiais a serem utilizados, pois a marcenaria possui tremenda liberdade criativa.

Outra diferencial da Marcenaria sob Medida Disruptiva é que ela não renega a tecnologia, Centros de Furação e Usinagem CNC hoje em dia disputam tarefas com antigas Maquinas Analógicas e Ferramentas Manuais nas oficinas. Pois na produção sob medida nem sempre a tecnologia mais avançada é a mais eficiente e eficaz por N motivos.

Também há a total liberdade de misturar MDF, MDP, Madeira Maciça, Compensado, Laminados diversos, Laca, etc...

E não podemos esquecer do DESIGN, pois a Marcenaria Disruptiva atende e intende como ninguém as novas necessidades que os avanços neste campo trouxeram, dentro disso podemos citar também a SUSTENTABILIDADE em suas três vertentes: Social, Ecológica e Econômica. A Marcenaria Disruptiva e mil vezes mais sustentável do que os fabricantes, pois pode reaproveitar materiais, abusar da criatividade na economia e fomenta o consumo consciente buscando fazer aquilo que realmente é necessário com um bom custo x benefício. De dia vende algo extremamente artesanal para à tarde vender caixarias de MDF, peças artísticas, autorais. e por aí vai....

Nosso concorrente direto era até ha pouco tempo as grandes marcas de modulados, porém com o aumento desenfreado da concorrência desleal entre as mesmas, perda de qualidade e credibilidade nos projetos e montagem, e leque engessado de opções fora o atendimento mais formal e menos humano.... Estes perderam terreno e hoje as marcenarias ganharam maior evidência por conseguirem atender necessidades mais customizadas com custo menor e qualidade satisfatória.

Mas há também marcenarias de alto padrão que cada vez mais estão tomando espaço das grandes marcas de modulados ofertando produtos e serviços que vão além de qualquer coisa ofertada pelas mesmas possuindo acesso às tecnologias, ferragens e demais insumos também de altíssimo padrão.

Quem poderia imaginar que o capitalismo se tornaria um tiro no pé das grandes empresas moveleiras abrindo espaço às pequenas empresas Disruptivas que conseguem atender nichos que as grandes não conseguem???

Contraditório? Disruptivo???

O maior potencial da Marcenaria Disruptiva é a CRIATIVIDADE, porém o mercado como um todo ainda está aprendendo a valorizar produção intelectual x criativa, ainda vivemos numa sociedade consumista que valoriza mais objetos tangíveis não sabendo valorizar mão de obra especializada e seus meandros. Cabe a nós fomentar a quebra de tal paradigma por demais ultrapassado, porém como a maioria da população se auto classifica como não criativa, estes temem supervalorizar apenas poucos privilegiados por tal suposto dom. 

Luiz Mariano 
(Autodidata apaixonado por Marcenaria, Design, Arquitetura, Arte, Filosofia, ...)
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