domingo, 16 de dezembro de 2018

Como formar parcerias com Designers e Arquitetos???



Dia 8/12/2018 abri um tema para debate no grupo com a chamada:

Por que é tão difícil pras marcenarias arrumar e manter boas parcerias com designers e arquitetos??? (Link do Debate)

Vários membros postaram suas opiniões, tanto das marcenarias quanto dos profissionais de projeto, mas a designer e estudante de Engenharia, Paula Godoy foi a que mais desenvolveu o tema postando este belo texto:

Paula Godoy (Designer de Interiores)

"Como profissional vou dar meu ponto de vista e minha experiência: Não tem nada a ver com algumas coisas que li ai encima de alguns colegas, pelo menos não pra mim, a grande dificuldade de se trabalhar com marcenaria, é que muitas vezes, não temos respaldo algum.... 
O marceneiro pega 23482738234 trabalhos além do seu, mas não se preocupa em ter uma equipe, quer fazer tudo sozinho, pra não ter que dividir o lucro, aí acaba se enrolando nos prazos e quem fica na linha de frente com o cliente, somos nós, que indicamos.
Não existe um projeto técnico por trás, se quiser ter, tem que ser nosso, por isso não entendo o espanto de alguns por que queremos cobrar mais, afinal o trabalho é dobrado, pois só quem faz detalhamento técnico de projeto de marcenaria sabe do que eu estou falando.
Fora quando o marceneiro não resolve fazer do jeito dele, porque ele acha mais bonito, independente do seu projeto técnico ou não, ele acha que o artista é ele, ai complica né??
Vou te falar sinceramente, pra acompanhar projeto de marcenaria, eu cobro em média de 15% a 20% com o consentimento do cliente, em cláusula de contrato inclusive, pois a experiência me ensinou isso, não cobro RT e sim hora técnica de acompanhamento além do meu valor de projeto de criação, que são coisas distintas, afinal estudei e estudo muito pra isso, logo posso e devo cobrar sim e nunca tive problemas com isso, inclusive já teve casos, de eu analisar a situação e nem ganhando quis acompanhar (quando o cliente aparece com aquele marceneiro da família que cobra baratinho, sabe???), tenho isso no meu contrato, só acompanho aquilo que eu analiso antes e concordo, senão prefiro abrir mão do valor, pois em alguns casos, nem ganhando vale a pena, pois já teve casos do cara demorar 9 meses pra entregar o apto completo, aí o dinheiro que você ganha proporcional a dor de cabeça e chateação que você tem, não compensa, não paga nem a gasolina durante esse tempo todo de ir e vir e aguentar o cliente te pressionar a acabar rápido, logo... não é só dinheiro que está envolvido, tem que ter profissionalismo e passar segurança por que senão, não rola mesmo!!!
É importante salientar e que fique bem claro: no meu caso por exemplo, meu "patrão" é meu cliente; estou a disposição dele e ele é quem paga meu salário, logo procuramos o que é melhor para ele, então parceria pra mim, é quem atende bem meu cliente, dentro dos prazos combinados e dentro de um valor justo, pois hoje em dia, ninguém paga nada de mané, todo mundo sabe como funciona e o cliente pesquisa sim, então pra ser parceiro, é só trabalhar direitinho que, independente de ser loja (pois tem muitas que também não respeitam prazos, etc) ou marcenaria, porque no final das contas, quem escolhe pra quem vai soltar o cheque, é sempre o cliente, então hora um ganha, hora outro ganha e nós não temos muito o que fazer com isso!
A questão é competência + comprometimento = sólidas parcerias!
Porém é importantíssimo salientar: A decisão final, é sempre do cliente e não se pode ganhar todas, muitas vezes quando os clientes nos procuram, eles já sabem onde querem fechar!"
 

(Paula Godoy, Designer de Interiores e estudante de Engenharia Civil)


No caso dos Arquitetos, como motivar parcerias após a proibição do CAU em relação às famosas RT's???

Como muitos sabem, o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) através da Lei 12.378/2010, que regula o exercício da profissão como também em seu Código de Ética caracteriza como infração disciplinar o ato de receber a Reserva Técnica, que é o nome dado às comissões que corriqueiramente os fornecedores e lojistas dão aos arquitetos por indicações. (SAIBA MAIS AQUI!!!).

Aí aproveitei a presença da Designer de Interiores, Bianka Mugnatto, para questionar se tal postura também será adotada pelos DI, resposta:

Bianka Mugnatto (Designer de Interiores)

"Que bacana abordar este assunto aqui! De fato os tempos mudaram! Alias ... Tem algum tempo que o mercado esta mudando para outro rumo! Os que ainda não se reorganizaram, precisam correr e se posicionar diante deste novo cenário!
As parcerias na minha opinião são pautadas em 4 pontos básicos: 
1 - Execução do projeto técnico enviado;
2 - Qualidade de acabamento e produto;
3 - Preço; 
4 - Pontualidade e logística de entrega. 
Dai cliente satisfeito, a parceria fica selada!
Hoje, o profissional, fornecedores e fabricas já estão entendendo que a bola da vez é do cliente! É ele que esta no comando, ele tem acesso à comunicação, acesso aos produtos e consegue muitas vezes avaliar se aprova ou não aquele fornecedor. E, particularmente vejo isso com muito bons olhos, pois força o mercado a se aprimorar e aperfeiçoar! As parcerias tem que basear na TRANSPARÊNCIA! Não há jeitinho e sim competência !!
E, qualquer beneficio que extrapola a remuneração paga pelo cliente relativo ao projeto técnico detalhado /perspectivas 3D ou, acompanhamento, não é bem visto, a reputação passa a ser questionada!!
Ainda tem empresas que praticam a RT com o proposito de estabelecer uma parceria comercial, e cabe ao profissional esclarecer ao cliente tal pratica! Porem, se ele (cliente) concordar, esta tudo certo!
Novos tempos .... Parcerias com base na TRANSPARÊNCIA e COMPETÊNCIA são palavras de ordem para 2019!!!"
Bianka Mugnatto, Designer de Interiores)



Quando o arquiteto/designer manda o detalhamento técnico de quem é a responsabilidade se houver erros no projeto? Quem paga o prejuízo?

O Mestre Marceneiro Jose Benedito Poletto que administra o grupo Marcenaria BRASIL comigo possui vasta experiência tanto com produção em série quanto sob medida levantou este ponto importante...


Jose Benedito Poletto, (Marceneiro)





"Arquiteto e designer não são inimigos, faça tudo o que eles rezam, se tiver erro no projeto é responsabilidade deles. Porém muito dos marceneiros querem modificações. Assumindo o que não caberia a ele, trabalhei muito com montagem comercial. Sempre fiz conforme recebi a planta e não deu nenhum problema para mim, se errar paga de novo."






Há marcenarias que trabalham quase que exclusivamente para os parceiros arquitetos e designers...

É o caso do nobre amigo do grupo Leandro Lima, de Embu das Artes, SP:


Leandro Lima (Marceneiro)
"Não vejo problema algum. Tenho um ótimo relacionamento com as arquitetas que eu trabalho. Somos parceiros de verdade!
Entregue o que foi combinado, na data combinada, e com a qualidade acima do combinado, assim receberá o que foi combinado e não terá problema algum com os arquitetos e designers! E também não lhe faltará trabalho!!! Simples assim!!! E outra: o cliente é do arquiteto, o projeto é do arquiteto, a reforma é do arquiteto, então qual o problema de lidar com o arquiteto??
Por q o marceneiro trabalha mais e ganha menos??? Será mesmo? Gostaria de saber? Até onde eu sei os arquitetos ganham 10% do valor do pedido!!! Sendo assim o marceneiro tem 90% do valor pra comprar material e fazer o serviço!!! E também o cliente é do arquiteto, o projeto é dele, a indicação é dele, sem ele o marceneiro jamais teria acesso a alguns tipos de clientes! E quando dá algum problema na marcenaria, ou quando estoura o prazo, o cliente vai encima do arquiteto! É o arquiteto que faz o cliente acreditar na marcenaria!!! Então 10% "NA MINHA OPINIÃO" eu acho uma parceria justa!!!! ESSA É A MINHA OPINIÃO!!!!" (Leandro Lima - Marceneiro)


Minhas considerações:

Tivemos opiniões interessantes de arquitetos(as) no tópico, também, além de outros marceneiros que postaram visões negativas e positivas do tema, mas as questões que eu quero abordar agora vão muito além do que já foi mencionado pelas nobres amigos de grupo...

Luiz Mariano (Marceneiro)
Designers de Interiores e Arquitetos sabem detalhar projetos de móveis sob medida 100% executáveis podendo assim se tornar totalmente responsáveis pelo que é produzido arcando com os possíveis prejuízos?? 

E como profissionais com formação GENERALISTA há lógica cobrar deles um conhecimento técnico que só os ESPECIALISTAS em móveis conseguem fazer, e ainda com grande margem de erro??

Por que estou tocando neste assunto? Porque a problemática em arrumar boas parcerias nasce destas questões que apresentei agora.

Fiz até uma Live no grupo explanando minha visão de tudo isso (Link da Live AQUI).

Profissionais de projeto com vasta experiência prática já possuem suas parcerias muito bem estabelecidas, chega a ser impossível para as marcenarias que estão chegando agora atrair tais profissionais. O que resta no mercado são profissionais com pouca ou nenhuma experiência prática, muitas vezes recém formados que fatalmente vão cometer muitos erros até aprender a trabalhar, fator este que vai gerar muitos conflitos e prejuízos para quem não tem recursos sobrando pra tal.

Cheguei a lançar até um novo tópico complementar no grupo que obteve boas reflexões...

Qual o futuro dos diplomados? (Link do Debate)

Há duas fortes vertentes: O volume cada vez maior de "profissionais" com formação "superior" adentrando o mercado todos os anos fomentado pela oferta cada vez maior de cursos e financiamentos......A outra é a desvalorização de tal mão de obra que possui diploma, porém pouca ou nenhuma experiência prática.
No ramo moveleiro não podia ser diferente, assim como no design e na arquitetura.
O senso comum ainda vigente defendido pela autocrática Geração X é: Que se ferrem esses jovens folgados!!! Eu ralei muito pra conseguir o conhecimento prático que tenho e ninguém me deu nada de mão beijada!!!
Pois bem... Nós da Geração Y (nascidos de 1980 em diante) vamos dar continuidade nessa visão ou quebrar tal paradigma?
Só eu estou vendo tremenda OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO aqui? Ou tem mais gente que percebeu que é melhor somar competências para arrumar meios eficientes e eficazes de colocar está gente toda pra trabalhar???

Onde foi que as grandes marcas de modulados acertaram?

Foi analisando as estratégias de atuação das boas marcas de modulados que levantei várias questões nos tópicos relacionados aqui linkados... As boas marcas de modulados sabem muito bem como formar boas parcerias com designers e arquitetos ofertando a eles algo que vai além de salários fixos e/ou comissões. Eles ofertam SEGURANÇA!!!
Possuem 'ShowRoon' muito bem montado com um Projetista Técnico alí do lado disponível para que os designers e arquitetos possam atender seus clientes com total suporte técnico e orçamento gerado simultaneamente às propostas 3D. E o principal é que as medições e detalhamentos técnicos ficam a cargo da empresa, diminuindo assim drasticamente a margem de erro e responsabilidade dos profissionais de interiores que possuem vários outros profissionais/fornecedores além dos móveis para gerenciar além de dar uma atenção toda especial ao cliente, fazer o social e tal.
Outra pegada forte: Eles investem na carreira dos profissionais mais talentosos, fazem o marketing, financiam mostras, feiras, publicações, viagens para Milão, etc...
Pagam as comissões conforme combinado, dão premiações e por aí vai...

Enquanto isso muitos marceneiros sonham em fazer parcerias, porém quando conseguem uma oportunidade vão logo dizendo: Se errar o problema é dele, vai pagar pelo erro!
Caros amigos, aí eu pergunto: Um jovem recém formado, cheio de energia e com toda uma rede de amigos e familiares querendo ajudar, vários contatos com bom potencial de consumo.... No primeiro erro que ele cometer e levar 2, 3, ..... 10 mil de prejuízo tal profissional vai pular fora na hora e buscar um meio mais seguro de ganhar a vida. Isso é bom pra quem? Pra ninguém!!!
Empresas com visão empresarial sabem amenizar a margem de erro e absorvem as falhas corriqueiras, pois isso faz parte do seu negócio, resolver problemas e vender soluções. Fora que há suporte jurídico incluso para possíveis ações por motivo qualquer.

Marcenarias de alto padrão também já atuam assim há séculos, agora cabe a nós meros marceneiros mortais aprender a trabalhar em equipe. É nesta linha que defendi que uma marcenaria que quer ter um crescimento sustentável sem necessariamente migrar pra produção em série deve investir num Projetista Técnico fixo da empresa pra dar suporte aos profissionais de interiores parceiros. Assumir o detalhamento técnico como se os designers e arquitetos fossem um cliente comum e fazer eles validarem os mesmo posterior análise.

Além do mais o termo "PROJETO" vai muito além do simples ato de desenhar!
O desenho é apenas uma mera ferramenta representativa e parte do projeto, sendo assim não é necessário que um profissional só seja responsável por tudo, e isso nem é possível, pois como mencionado antes, é falta de lógica cobrar conhecimento especializado de GENERALISTAS, pois a função deles não é essa, e sim de gerenciar ESPECIALISTAS ligando os pontos e formando o quadro todo.

A marcenaria sob medida possui uma ponto negativo que é a capacidade limitada de atendimento, porém a liberdade de criação e execução que ela dá atrai os profissionais de interiores que buscam no exclusivo, customizado, sob encomenda...um diferencial para agregar valor e fazer seu nome no mercado. Com as marcenarias eles podem colocar seus projetos AUTORAIS em prática. Fora a liberdade de transitar pela marcenaria moderna e a tradicional além de poder misturar, como também complementar ou intervir em algo já existente na casa do cliente, forte tendência até.

A marcenaria que puder inserir em seu sistema o máximo possível de tudo que aqui mencionei estará vários passos à frente das demais. Isso que eu chamo de agregar valor fugindo do crescimento físico, pois a maioria das ações requerem apenas boa vontade.

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Andre Manzano: PARCERIA e CRIATIVIDADE no gerenciamento da CRISE:


Levantei um tema pra debate no Grupo Marcenaria BRASIL com esta chamada:

O que você aprendeu com a crise?
O que você foi forçado a fazer que 

numa situação comum jamais faria?

E o designer e lojista de Modulados, Andre Caetano Manzano de Indaiatuba, Interior de São Paulo, postou um depoimento que achei bem interessante o qual me motivou a escrever esta matéria no Blog.

"Tudo uma questão de necessidade e do que realmente gosta de fazer de se sentir bem. Com essa crise tive que me movimentar para manter meu “negócio” de pé. Tinha uma loja Dell Anno com 600m2, mas o faturamento caiu drasticamente, comecei enxugando a estrutura de loja, carros de entrega, depósito, marcenaria de apoio, ferramentas, até chegar ao ponto de ter que diminuir o quadro de funcionários, se não tem clientes não preciso de um monte de vendedor, logo não preciso de um monte de montador. Terceirizando a mão de obra, entrega e montagem. Reestruturação das funções, quem fazia A, agora faz A+B+C. Mesmo assim a loja não se paga, custo fixo alto, show room desnecessário, percepção que o cliente não procura mais marca, bandeira, status, ego,.. procura preço, serviço e custo benefício. Então cortei contrato com a Dell Anno, fiz pesquisa de fornecedores a qual tenha realmente um valor justo ao produto oferecido e não me engessasse à sistemas de gerenciamento que só favorecem eles mesmos. Troquei a bandeira agora com marca própria, subloquei o ponto comercial, adicionei mais 5 segmentos ou CNPJ no espaço, loja de iluminação, loja de revestimento, uma imobiliária, uma loja de fotovoltaica, uma certificação digital e eu com móveis planejados. Unimos a carteira de clientes, fazemos ações de propaganda e eventos juntos, dividimos tudo, até o papel higiênico. Colocamos um nome a este novo espaço “CASA`ABERTA”, e a intenção é criar outros espaços como este em outras cidades, com os mesmos ideais. Está funcionado. Hoje tem um monte de empreendedores querendo entrar neste novo espaço que criamos." (Andre Caetano Manzano)

Loja Nova com Marca Própria:

André, sua vendedora Joyce Lipa e sua esposa Cissa Manzano

Conheci o Manzano nas Comunidades de Projetistas e de Promob do Orkut onde tivemos bons debates de Marcenaria versus Modulados. kekekeke Ele se tornou uma AUTORIDADE em PROMOB e hoje possui um dos maiores grupos de debate do seguimento: PROMOB - DESIGN DE INTERIORES, com mais de 18 mil membros, o qual acabo de ser convidado para ser um dos administradores, hehehe, nunca mexi com o Promob, mas isso é detalhe besta. kkkk

Eu também passei por situação complicada com minha marcenaria e a saída encontrada foi enxugar o máximo possível as despesas fixas e passei a trabalhar totalmente sozinho. E posso afirmar que só agora estou tirando lucro do meu negócio e tendo uma qualidade de vida melhor sem tanta preocupação. Hoje busco agregar valor ao meu trabalho ao invés de tentar crescer fisicamente e vender volume, hoje defendo aquilo que chamo de VENDER UMA EXPERIÊNCIA DE PROJETO.
E agora começo a sociabilizar mais e quem sabe em breve farei como o Mestre Manzano fez: Buscar parcerias para dividir despesas e somar forças. Mas outra coisa que aprendi com a crise é não ter mais pressa de nada e pensar a médio e a longo prazo.

Segue a página profissional do Andre, bora dar uma CURTIDA lá:

E não deixem de participar do grupo de Promob:

Abandonamos o Facebook!!!
Agora é só no Instagram: @marianointeriores

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Marcenaria 4.0 do Antonio Carlos Carvalho, vulgo ACC:



O que viria a ser o termo Marcenaria 4.0?

O termo marcenaria 4.0 surgiu de forma inusitada aqui neste grupo em uma live (transmissão ao vivo) do marceneiro Ismael Vieira, de sua oficina no Texas – EUA, numa colaborativa intenção de tentar esclarecer o caloroso tema que rolava no grupo naquele momento, que até então chamávamos de Marcenaria do Futuro, mas que na verdade era apenas uma corrente que já rolava no mundo e estava sendo conhecida como Revolução Industrial 4.0. No finalzinho de sua dissertativa, o Ismael Vieira acabou soltando o “Marcenaria 4.0” pela primeira vez na face da terra, portanto, o Ismael Vieira é o legítimo pai da criança.

A partir desse momento passamos a trocar o Marcenaria do Futuro por Marcenaria 4.0, apenas como uma alusão ao novo conceito global que acabara de começar a viagem pela net, que com o passar do tempo ganhou força no nosso segmento de marcenaria e agora muito se fala em Marcenaria 4.0 – tentaremos explicar:

O termo Industria 4.0 é originário como resultado de um projeto de estudo de estratégias do governo alemão afim de identificar como chegamos até aqui, como seguiremos daqui por diante e onde poderemos chegar (essa é uma interpretação particular).

De um modo geral os estudiosos do projeto pontuaram que o mundo passará por três revoluções industriais:

A primeira, que ocorreu por volta dos anos de 1700 na Inglaterra, na indústria de tecido com o surgimento da mecanização dos teares, que até então era basicamente uma lenta produção manual, seguida pelo surgimento do motor a vapor, desencadeando na segunda revolução industrial, com a descoberta e emprego de fontes de energia, como o motor a combustão.

A terceira revolução industrial se deu logo após a segunda guerra mundial com a compreensão dos princípios da tecnologia e a robotização das coisas, nos trazendo até aqui, com a velocidade e tecnologia da informação, virtualização das coisas, comunicação e consequente interação, tendo como notório e icônico arauto o popularíssimo Smartphone.

A grosso modo, Marcenaria 4.0 é apenas um termo jeitoso que passamos a empregar para tentar descrever as facilidades que nos é oportunas neste nosso terreno, mas de um modo geral, não podemos dizer também que o termo Marcenaria 4.0 não tem nenhuma ligação com o conceito Indústria 4.0 - essa é a nossa interpretação.

 Antonio Carlos Carvalho, o Rei da Marcenaria 4.0!!!


O que é Marcenaria 4.0 segundo o Gustavo Felipe Maske da Cortcloud ....


  

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domingo, 2 de dezembro de 2018

Cortecloud e Hellomob: A tecnologia ao alcance das pequenas marcenarias



Quando fui convidado pelo Gustavo Felipe Maske da Cortcloud a conhecer melhor o sistema proposto por sua empresa, obviamente torci o nariz, pois embora eu seja um millennial que por natureza curte se antenar nas inovações digitais, também sigo a forte tendência da Geração Y de apreciar o ARTESANAL, o que me leva à Marcenaria Tradicional, ou seja, centralizar todos os processos na minha própria oficina, fazer tudo com minhas próprias mãos, cafungar e pensar pó de madeira literalmente. E conforme defendido no artigo da Marcenaria sob Medida Disruptiva, poder ter total LIBERDADE DE CRIAÇÃO e EXECUÇÃO unindo o antigo com o novo, a tecnologia com as velhas metodologias de trabalho.

Mas por que torci o nariz?

Porque tal sistema promete revolucionar os serviços de terceirização de cortes e bordeamentos já ofertados pelas revendas com uma comunicação efetiva via computador ou APP no celular direto com as mesmas, onde você pode fazer o plano de corte e orçamento além dos pedidos que serão automaticamente enviados para a produção na central de serviço cadastrada mais próxima. Fora isso há um nível mais avançado que disponibiliza módulos editáveis através do Hellomob, que é um plugin 3D para SketchUp que pode ser utilizado na versão Make (versão grátis que pode ser baixada pela internet) que possuem parametrização pré-definida de furação e usinagem que uma vez enviado o pedido via Cortcloud este vai direto pro CNC que hoje estão disponíveis nas melhores centrais de serviço esparramadas por vários estados deste amado Brasil.


Será que finalmente a soberania do Promob está ameaçada? hehehe
Cheguei até a ficar entusiasmado com as possibilidades que tal sistema permite, porém depois fiquei sabendo que para o corte e bordeamento o Hellomob identifica módulos criados do zero pelo próprio usuário e exporta, mas o sistema mais avançado com furação e usinagem ficamos refém da biblioteca disponibilizada pelo plugin que segundo o Rei da Marcenaria 4.0, Antonio Carlos Carvalho, tá muito fraquinha ainda e precisa ser melhor implementada. Mas os usuários mais avançados podem e estão ajudando o sistema passando seus feedbacks, o que gradualmente tornará o sistema cada vez mais completo.

Eu o o ACC chegamos a fazer uma Live ao Vivo nos grupos hoje para falar do tema onde ele mais me enrolou do que esclareceu como funciona o Hellomob  + Cortcloud, mas dá pra ter uma ideia inicial da capacidade do mesmo.

(Assista a Live AQUI)

O Cortecloud permite a compra de meia chapa, este é um dos pontos positivos!
E pode ser usado com MDF, MDP, Compensado e OSB.
O Hellomob permite trocar automaticamente os acabamentos da modelagem 3D com as opções dos principais fornecedores já cadastrados depois exportando com qual foi escolhido para o pedido.



Eles possuem um Curso Pago ministrado pela D3Decor que você pode ter maiores informações AQUI. O custo pode parecer meio elevado, mas para quem se propõe a trabalhar com móveis sob medida com alto valor agregado não deve se assustar. (rsrsrs). Fora que qualquer erro banal no processo pode custar bem mais do que isso.

A Marcenaria Raiz é ameaçada pelo Cortecloud?

Obviamente o ACC (Antonio Carlos Carvalho, o Rei da famigerada 4.0) vai criar a maior polêmica no seu grupo Marceneiros de Plantão para provocar os mimizentos como sempre, porém numa conversa inbox com o Gustavo da Cortecloud ele deixou claro que admite que o grande diferencial competitivo da Marcenaria é a customização, o sob medida de fato, o exclusivo, o extraordinário. O Cortecloud não veio pra ACABAR com a Marcenaria Tradicional, e sim SOMAR, tirar das mãos do marceneiro as caixarias simples e repetitivas, o volume, para deixar esse com tempo livre para trabalhar nos serviços especiais que não dá pra terceirizar, eis a jogada proposta, a qual concordei plenamente. Temos que admitir que caixarias de MDF não é Marcenaria Raiz, logo...

Tal sistema promete na verdade CAPACITAR ainda mais as Marcenarias sob Medida Disruptivas a concorrer com os grandes fabricantes de modulados e marcenarias mais estruturadas, trazendo maior EFICIÊNCIA e EFICACIA nos processos como um todo.

O ACC na Live veio colocando pilha de que este sistema vai facilmente ser dominado pelo consumidor final que vai lá sozinho nas Centrais de Serviço fazer o móvel dele, se o marceneiro não aderir vai ficar pra trás. Obviamente eu defendo que isso vai ocorrer sim, de qualquer maneira, porém será em casos pontuais, pois a turma ligada a engenharia, ferramentaria, TI são vidrados nestes desafios, mas uma vez saciado o EGO eles voltam a contratar os profissionais para trabalhos maiores e complexos, falo isso por experiência própria.

Com certeza os marceneiros mais jovens e os iniciantes vão assimilar tal ferramenta com maior facilidade, mas nada impede que os filhos dos donos das marcenarias mais tradicionais auxiliem seus pais nesta empreitada visando atualizar o negócio que vão herdar o quanto antes.

No fim vejo com bons olhos e identifico potencial na proposta.
Assim que possível vou testar a ferramenta na prática e volto a postar minhas considerações.

Maiores informações sobre o Cortecloud acesse o site: www.cortecloud.com.br

Luiz Mariano
(Autodidata apaixonado por Marcenaria, Design, Arquitetura, Arte, Filosofia, etc...)

Grupo Marcenaria BRASIL

Grupo Marceneiros de Plantão

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terça-feira, 27 de novembro de 2018

Roseli Burghausen: O cliente mudou, você também precisa mudar!




Prospectar novos clientes hoje em dia é difícil.
Muitas lojas de planejados deram calote em muita gente, muitas foram as pessoas que se decepcionaram com o péssimo acabamento de lojas de planejados e também de marcenarias, isso deixou as pessoas ressabiadas e cada vez mais, o cliente tem aprendido a pesquisar e procurar indicações antes de comprar.

Acho válido investir em publicações, se tornar visível ao público, é aquele velho ditado: quem não é visto, não é lembrado!

O Mundo anda muito digital, Facebook, Instagram, WhatsApp dominam a vida das pessoas, acho válido focar nisso, mostrar interação com o público, publicar projetos, montagem, executado, o cliente poder ver o passo a passo de um projeto, isso torna aquilo real, ele vê que realmente está acontecendo, marcar o cliente nas publicações também traz transparência, as pessoas sabem de quem é aquele móvel e podem, caso tiver dúvidas, entrar em contato com ela e perguntar sobre sua experiência.

Chega dessas imagens fakes de lojas de planejados... aqueles banheiros enormes que ninguém tem, aquelas cozinhas enormes que não existem... são projetos lindos sim, mas não existem, não é o "real" na vida da grande maioria das pessoas.

Temos que cativar o cliente com algo que ele possa olhar e dizer: Nossa, na minha casa tem um espaço assim! e aí ele poderá pensar, que ele também pode ter aquilo.

Trabalhe sempre com honestidade e transparência com seu cliente.
Cumpra horários e prazos, dê uma previsão de tempo de montagem, se por algum motivo vc for atrasar, não tente enganar ele, dê satisfação, explique oque aconteceu e mostre soluções.... trabalhar com transparência é sempre o melhor caminho, imprevistos acontecem com todos, mas manter o cliente informado, dar satisfação e soluções faz toda a diferença!

Foque nisso, foque no seu cliente, foque no pós venda, seja presente!
Envie mensagens a ele de natal, ano novo, páscoa, dia do cliente... mostre que embora você já tenha cumprido seu papel e entregado o projeto, você ainda se lembra dele e ele é importante para você, não deixe ele te esquecer. Muitas vezes é nessa mensagem que ele lembra que tem outro espaço na casa que quer fazer... ou nessa hora ele lembra que ficou de mandar seu contato para um amigo, etc.

Mantenha seu cliente, seja fiel a ele e ele será fiel a você!
Cliente que indica cliente, é a melhor propaganda que existe.

Tenha também uma página profissional no Facebook e deixe aberto a opção de avaliação, sempre que concluir um trabalho, peça ao seu cliente para avaliar no Facebook como foi sua experiência. Vocês não tem noção de como isso é bom para nosso trabalho e a prospecção de novos clientes.

Dicas da Projetista de Móveis e Interiores
A Gaúcha: 

Administradora da Página que está bombando na rede:

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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Cobrar por Metro Quadrado é realmente um chute???




Segue um vídeo rápido explicando como cobrar por Metro Quadrado:

(Aproveitem e sigam nosso canal no YouTube para nos ajudar a atingir a meta de mil seguidores e liberar as Lives ao Vivo para que possamos entrevistar o pessoal do grupo, tranquilo? Basta seguir este LINK AQUI dar uma curtida no vídeo e se inscrever no canal, valeu!)





Os números falam mais do que palavras!

 Elaboração de Preço de Venda:

Índices de Referência (%):
Material -------------------------------------------------35%
Custo Operacional-------------------------------------45%
Lucro Líquido (Não é Prolabore)--------------------20%
(Fiz muitos testes e cálculos pra chegar nestas porcentagens, não convém explicar agora).

Preço de Venda (PV)= Custo Operacional (CO)+ Material (MT)+ Lucro Líquido(LL)+

Como calcular custo operacional sobre cada serviço é difícil usamos os índices anuais como referência. Assim podemos usar esta Fórmula:

Preço de Venda(PV) = Material(MT) dividido por 35%

Por exemplo um serviço onde gastaremos R$ 500,00 de Material ficaria assim:
PV = R$ 500,00 / 35% (Calculadora)
Ou melhor
PV= R$ 500,00 / 0,35 (Computador/Excel)
PV =R$ 1.428,00

Cobrando por metro quadrado:

Vamos imaginar que esse material de R$ 500,00 foi usado pra fazer um Gabinete de 2,55m (Comprimento) x 0,7m (Altura). Ou seja, 1,785m2.
Agora pegamos esses R$ 1.428,00 e dividimos por 1,785m2.
Resultado =  R$ 800,00 p/m2. Esse é o valor a ser cobrado por m2 em cima de serviços semelhantes. Mas aconselho cobrar por m2 só cozinha completa e conjunto de quarto. Essa jogada pra serviços pequenos, só um gabinete por exemplo, não funciona muito bem, pois basta o Cliente pedir só gavetas pra dar prejuízo ou se pedir só portas ficará muito caro! Mas dentro de um projeto maior as coisas se equilibram. Dificilmente um Cliente irá pedir gavetas na cozinha inteira e se pedir é só cobrar mais caro.

Observação: É bom acrescentar que existem várias situações em que seguir regras não é viável. Um exemplo é a Lei da Oferta e da Procura. Fim de ano, por exemplo, é prática comum cobrar mais caro e o mercado aceitar.
Há serviços em situações especiais que dá pra agregar mais valor. Prazo curto, por exemplo! E existem também serviços especiais com um grau de dificuldade de execução ou montagem maior que devem ser bem cobrados.

Como calcular Faturamento Mínimo:

Essa informação é muito importante no estudo da viabilidade de um negócio como um todo e principalmente quando queremos investir. Quero abrir um ShowRoon, por exemplo. Quanto será necessário ampliar meu faturamento atual para sustentar mais essa Despesa Fixa junto com as Variáveis? É viável?

Para calcular o Faturamento Mínimo é preciso levantar uma média de no mínimo 3 meses (Melhor 1 Ano) de quanto você precisa para manter sua empresa funcionando (Custo Operacional).

Custo Operacional = Despesas Extras + Despesas Fixas + Estimativa de Impostos sobre Faturamento Médio  

Observação: O certo é calcular o Preço de Venda Prévio primeiro pra só depois lançar os Impostos, Comissões e Margem para Desconto pra chegar no Preço de Venda Final, mas vamos simplificar as coisas.

Exemplo:

Fiz um cálculo estimando meu Custo Operacional Atual. Descobri que juntando tudo e fazendo uma média preciso de R$ 4.000,00 p/mês pra cobrir as despesas em geral da minha Pequena Marcenaria.
Sabendo que o índice ideal do Custo Operacional é 45% podemos usar a Fórmula:

Faturamento Mínimo = Custo Operacional dividido por 45%
Então:

Faturamento Mínimo = R$ 4.000,00 / 0,45
Faturamento Mínimo = R$ 8.888,00

Conclusão: Se você faturar menos que R$ 8.888,00 Bruto seu lucro vai cair podendo até levar prejuízo. Se faturar mais seu lucro aumenta. Mas sabemos que existe a questão da sazonalidade onde um mês bom cobre o outro ruim e o Lucro Real só pode ser medido anualmente.

Vamos inserir um ShowRoon nos cálculos:

Digamos que pra sustentar um ShowRoon meia boca em um salão alugado você aumentará suas despesas em R$ 3.000,00 (Aluguel de mil, funcionário de mil e mais alguns gastos). Vamos deixar de lado o investimento inicial com Móveis e ambientação e modificações periódicas que são necessárias pra manter o ShowRoon funcionando.
Vamos lá: R$ 4.000,00 + R$ 3.000,00 = R$ 7.000,00 de Despesas em Geral

Faturamento Mínimo = R$ 15.555,00 (que pode ser uma média mensal)

Observação: O certo é estabelecer uma Meta de Faturamento pra cada mês em especial observando os relatórios de venda bruta dos anos passados.

Conclusão: Se você abrir um ShowRoon você será obrigado a Faturar e Produzir o DOBRO!
Isso é viável?
Você tem capacidade de produção pra isso? Lembre-se que aumentar a capacidade de produção significa aumentar as Despesas que por sua vez significa aumentar a necessidade de Faturamento.
Também tem outra questão! 20% de R$ 15.555,00 é 3 mil! Vale a pena?
Pra aumentar esses 3 mil você terá que faturar e produzir muito mais do que 15 mil e quinhentos. Ou cobrar mais caro pra mexer nos índices(%) ou cortar gastos de alguma forma.
Basta uma oscilação de mercado ou um calote pra melar o caldo. O negócio é sério! Muito movimento pra pouco LUCRO!
Ampliar as Vendas e Produção sem aumentar as despesas fixas é o ideal. Investir em uma máquina, por exemplo, não é despesa fixa. Pagou ta pago! Comprar um salão próprio é a mesma coisa. Mas alugar um salão maior, abrir ShowRoon ou contratar  mais funcionários é perigoso. Pra isso devemos estudar muito e observar se realmente é necessário! Será que isso trará retorno?
Só vale a pena assumir novas responsabilidades se o Lucro aumentar também, caso contrário poupe a dor de cabeça! Mas observamos muitos Micro-Empresários que vão inchando a Empresa só porque quer e acha bonito crescer!
É por isso que eu optei por manter minha empresa enxuta e agregar valor ao serviço, ou seja, cobro mais caro só que faço por onde.
Obviamente que um só Cliente pode cobrir sua necessidade de faturamento (é por isso que eu gosto deste ramo), mas é bom não ficar contando com isso a menos que você já tenha um bom nome no mercado e esses Clientes aparecem com freqüência.

Como elaborar seus próprios índices:

Primeiramente você precisa de um Relatório Mensal e no fim de todo mês fechar as contas, lançar todos os dados em um Relatório Anual e abrir uma nova Planilha (Excel) para levantar os dados do outro mês separados.

Convém dividir as entradas e saídas em Capital de Clientes, Gastos c/ Material, Funcionários, Despesas Fixas, Despesas Extras, Investimentos, Pró-labore (pode entrar na planilha de funcionários), Conta Corrente ou Poupança (uma planilha para cada conta indexada ao caixa), Contas à pagar, Promissórias à receber, Serviços e Prazos em andamento e por fim uma Planilha para demonstrar o total de cada item para uma visão geral.

Ao concluir pelo menos três meses de operação você já pode utilizar seu Relatório Anual para elaborar uma média entre os valores e calcular a porcentagem em relação à entrada de Capital de Clientes. É importante perceber que Entrada de Capital não é a mesma coisa que Vendas, é interessante montar uma Planilha separada dentro do Relatório Anual para computar os dados referentes à Vendas citando se é à Prazo ou à Vista e quantos clientes foram atendidos em cada mês para levantar a média de gastos de cada cliente.

Caso alguém não tenha entendido é só postar sua dúvida aqui!

A importância da Estatística...

Um micro-empreendedor precisa se libertar da necessidade de viver num mundinho supostamente seguro e milimetricamente calculado. No mundo dos negócios usamos amplamente os conceitos da Estatística, onde o que importa é a MÉDIA e não os resultados de cada mês em si.

Volto a citar que devemos observar a operação financeira da empresa com uma visão anual, e não mensal.
Não tente CONTROLAR, apenas CONDUZA!
Presta atenção na boiada ao invés da mosca!

É aplicando os conceitos da estatística que chegamos à uma fórmula simples e segura de cobrar por Metro Quadrado sem riscos. Para isso devemos primeiramente seguir um padrão geral nos móveis e atendimento que pode ser dividido em dois ou mais patamares. Podemos estabelecer área mínima (recomendado) e abandonar a idéia de se preocupar se o Cliente pediu ou não uma gaveta a mais ou uma prateleira. Devemos cobrar por m2, apresentar o leque de opções e conduzir o Cliente na melhor solução.

Eu, por exemplo, cobro um preço diferente para gabinetes/balcões dos armários aéreos que possuem menor profundidade.

Agora em serviços especiais é necessário cobrar por material. Devemos analisar estes serviços pelo olhar do marketing. Eles nunca darão tanto lucro quanto a parte que pode ser padronizada, mas serve para encantar o Cliente e como diferencial. É por isso que devemos analisar a obra como um todo, e pelo contrário do que todo mundo pensa, ganhar mais no simples e empatar custos no complexo!

Dá pra cobrar mais caro no complexo principalmente quando o Cliente quer apenas o Complexo e já possui as caixarias (cozinha, dormitórios, etc.). Neste caso seria interessante até desfazer do serviço ou meter a faca, pois este Cliente só ta querendo socar o caroço e nunca vai servir um filé. Só se ficar evidente uma possibilidade de indicações fortes.

Resumindo...

Devemos aprender e principalmente gostar de lidar com VARIÁVEIS!

(Autodidata Apaixonado por Marcenaria, Design, Arquitetura, Arte, Filosofia, Debate, etc...)

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sábado, 24 de novembro de 2018

Existe Marcenaria hoje em dia sem Projeto 3D e Plano de Corte?



Existir obviamente que existe, porém tal marcenaria é lucrativa?
E se é lucrativa consegue utilizar todo o potencial e expandir?
Consegue competir em pé de igualdade com as mais modernizadas?

É fato indubitável que o advento do MDF, Projetos 3D, Executivo 2D, Lista de Compras, Listagem de Peças e Plano de Corte mudou toda a metodologia de trabalho das Marcenarias atuais. Tais ferramentas somadas aos investimento em maquinário de ponta como Seccionadoras, Furadeira Múltipla, Coladeiras Automáticas, Centro de Usinagem ou de Furação CNC e outros..., conseguem multiplicar imensamente a capacidade de produção e qualidade de todos os processos envolvidos, uma perfeita união da eficiência com a eficácia.

Outrora na Marcenaria Tradicional, aquela que trabalhava com maciço, compensado, paineis, folha, fórmica, seladora, verniz, etc..., era comum o marceneiro fazer tudo do seu jeito trabalhando o dia todo, comendo e dormindo ao lado da esquadrejadeira ligada interruptamente. Ele ia cortando, pré-montando, testando, medindo, cortando de novo, medindo... Num vai-vem frenético na serra, e quando havia mais de um marceneiro dividindo a mesma máquina a briga era feia, sobras de chapa pra todo lado e uma necessidade sempre crescente de espaço. A técnica utilizada era sarrafear as faixas com as medidas das peças maiores primeiro (chapéu, base, fiancos e laterais) e depois esquadrejar, com as sobras tirar as peças menores. Sempre cortando 5mm maior para depois repassar o corte, outro processo que com um maquinário atual como uma seccionadora pode ser descartado, basta limpar o corte de fábrica.

Podemos afirmar sem sombra de dúvidas que o MDF trouxe mais seriedade ao ramo das marcenarias aumentando o nível técnico das mesmas, pois tal material industrializado proveniente de reflorestamento já vem acabado e possui padrão tanto na espessura quanto nos impressos variados. Antes era comum faltar material e não conseguir achar outro igual, sempre havia uma variação de desenho e tonalidade na mesma variedade de lâmina, fora outros agravantes que só quem também já trabalhou na Marcenaria Tradicional sabe.

Porém foi mesmo com os projetos + plano de corte que as marcenarias conseguiram realmente padronizar a estética e qualidade de acabamento de sua produção assim como todos os demais processos, pois antes o cliente fechava um apartamento inteiro com a mesma marcenaria, cada marceneiro da equipe fazia um cômodo do seu jeito e no fim a casa do cliente parecia ter sido feita por várias empresas diferentes, não havia um padrão em nada.

É bom deixar claro que padronizar móveis sob medida é diferente de migrar para produção em série, longe disso, é apenas seguir a mesma forma de trabalhar e os resultados apesar dos projetos serem diferentes.

Muito se fala do Projeto 3D como ferramenta de venda, mas muito pouco se fala como ferramenta de produção e orientação de montagem, sempre defendi que o 3D pode e deve acompanhar as outras ferramentas em todas as etapas. Fora que há meios hoje em dia de utilizar softwares dedicados a móveis que exportam do 3D automaticamente pro plano de corte, pesquisem.

Dentro deste contexto um novo profissional ganha destaque: O Projetista Técnico!
Esse profissional pode ser proveniente da área de projeto com formação acadêmica (designer ou arquiteto) que se especializou em móveis sob medida ou pode ser um mestre marceneiro que evoluiu para projetista dominando os softwares necessários. Não há formação específica no mercado para tal profissional. Esse camarada passa a fazer a ponte entre os Vendedores Projetistas, Designers e Arquitetos com a Linha de Produção passando os conceitos para a linguagem técnica, listagem de peças, lista de material, plano de corte e até etiqueta com código de barras naquelas que possuem sistema CNC. Ele chega a ser um mediador de conflitos até, pois passa a peneirar aquilo que pode ou não ser vendido x produzido, como e quando será feito e dividir as tarefas especiais entre a equipe conforme habilidades específicas de cada membro.

Tal sistema permite treinar profissionais para atuar na produção em apenas 3 meses, trabalhar só com um Projetista Técnico ou Mestre Marceneiro que domina os softwares e várias células de 1/2 Oficiais e Ajudantes além dos montadores. E assim eliminar totalmente aquele velho marceneiro rabugento que só fazia as coisas do seu jeito e no seu tempo. Porém há a jogada de trabalhar com um centro unificado de corte e bordeamento dentro da marcenaria com funcionários fixos e dividir os ajustes finais, peças especiais e montagem por células de empreiteiros com ajudantes. Mesmo que cada célula ganhe mais no serviço do que a empresa, eis que o dono da Marcenaria lucra mais do que todos quando colocar pelo menos cinco células pra atuar simultaneamente...

Essa metodologia permite inserir no sistema de produção sob medida as famosas Seccionadoras, Coladeiras Automáticas, CNC, etc... Sem perder a liberdade do sob medida e viabilizando tal investimento ao mesmo tempo explorando ao máximo o potencial adquirido de foma eficiente e eficaz. Mas a maioria das marcenarias que compraram maquinário de ponta ainda produzem à moda antiga não conseguindo aplicar 1% do potencial de tal estrutura por falta deste Projetista Técnico ou Marceneiro Mestre que domina os softwares. Fato!!! Muito mais do mesmo! Tais máquinas se tornaram grandes Elefantes Brancos dentro da Marcenaria, tecnologia para Inglês Ver.

Alguns pegam um serviço grande e vão logo se aventurando a fazer tal investimento para depois usar tais máquinas em posteriores produções medíocres, mas muitas vezes a demanda é grande e contínua, porém executada à moda antiga, o marceneiro cortando tudo do seu jeito na esquadrejadeira enquanto há uma Seccionadora ou Centro de Usinagem alí do lado cortando algumas poucas peças ou parado.... Fora outros elefantes cor de rosa. Kkkk O dono da marcenaria compra a máquina para alimentar seu ego, pra bater no peito e dizer que tem, mas logo enjoa do brinquedo novo e deixa de lado porquê seus funcionários não conseguiram assimilar a tecnologia.

Outra questão muito importante que deve ser levada em consideração na decisão de comprar maquinário de ponta é exatamente esta, não basta comprar e colocar na tomada e sair usando, tal aquisição muda toda a metodologia de trabalho da marcenaria e envolve o uso de softwares além das máquinas para que o sistema funcione com total capacidade produtiva e o investimento se pague o quanto antes.

E no plano de corte podemos citar as vantagens no aproveitamento de chapa, controle na compra da quantidade certa de material, Maior facilidade no aproveitamento das sobras pras peças pequenas, nunca mais ficar pensando e repensando com a máquina ligada, facilidade orçamento do serviços, possibilidade de unificar setor de corte para várias células (marceneiros), possibilidade de verificar necessidade de mudar o projeto em algum detalhe sem grande importância para com isso comprar uma chapa a menos, possibilidade de perceber que vale à pena comprar uma chapa fina pra fazer os fundos ou fazer tudo com a sobra da chapa mais espessa, e por aí vai... Lugar de pensar é no projeto, e não na produção com as máquinas funcionando, fato!

Outra vantagem de tal sistema: O colaborador não consegue dominar todos os processos para logo depois sair da Marcenaria, colocar a empresa no pau, e montar concorrência. Fato!!!
Pode parecer apocalíptico para o profissional marceneiro tal horizonte, mas em verdade vos digo que os verdadeiros marceneiros raiz, aqueles que dominam todo o processo e praticamente todos os materiais.... Esse vão continuar bem, obrigado! Vão continuar a ser disputados aos tapas para fazer serviços especiais, extraordinários, exclusivos e tal... Na verdade defendo tal profissional atuando dentro das marcenarias equipadas para assim poder explorar ao máximo a liberdade criativa e de execução da Marcenaria sob Medida, aquela que apelidei de DISRUPTIVA (Leia mais a respeito AQUI).

E finalizando... O Mais interessante é que existem vários softwares de graça disponíveis na internet, como o SketchUp para o 3D e o tal de MaxCut para o Plano de Corte entre outros. Uma boa Planilha do Excel também ajuda muito, mas o verdadeiro diferencial está no conhecimento e domínio total das formas e lógica de execução de Móveis sob Medida.

Não vou entrar no mérito da terceirização para as revendas do corte e bordeamento, muito menos esta nova modalidade que propõe ao marceneiro ficar só com a venda e montagem, terceirizando projeto e produção.....Pois acredito que tais vertentes chegaram até a fazer algum barulho, mas já estão recuando devido às falhas de tal sistema. (...)(...)(...)

Nos grupos do Facebook Marcenaria BRASIL e Marceneiros de Plantão houve debates interessantes sobre tal tema que deu origem a esta matéria aqui postada, confiram clicando no nome do grupo.


Autodidata apaixonado por marcenaria, design, arquitetura, arte, filosofia...

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domingo, 4 de novembro de 2018

O surgimento da Marcenaria sob Medida DISRUPTIVA




Devemos inicialmente elucidar o que vem a ser este termo "Disruptivo"... Pois bem... Estamos aqui nos apoderando de um termo muito usado no marketing para descrever produtos e serviços que quebram o censo comum da evolução tecnológica, os padrões, os modelos, porém tem mais a ver com a forma de agir no mercado do que a tecnologia em si. Normalmente se refere a um produto ou serviço que atende uma demanda intermediária que busca apenas ofertar um produto/serviço BOM e BARATO que está abaixo daquilo que é tido como padrão de excelência. Podendo assim ganhar força e acabar empurrando os líderes para o topo da piramide de consumo ou até eliminar do mercado. (Fonte de pesquisa: Wikipédia).

Não há nada mais Disruptivo do que a Marcenaria sob Medida tocada por pequenas marcenarias familiares ou autônomos, tal marcenaria vai contra tudo o que foi pregado até agora pela Filosofia Modernista após a Revolução Industrial que tirou do artesão os meios de produção e lançou estes nas fábricas para atuarem em atividades repetitivas e maçantes desprovidas de maior reflexão.

Mesmo trabalhando com estrutura reduzida e até precária e pouco conhecimento de gestão, tais empresas são competitivas e dominam mais de 70% do mercado segundo estudos encomendados por fornecedores da área que se tornaram grandes parceiros do Marceneiro Disruptivo financiando os clientes finais na compra dos insumos e ofertando ações de qualificação e estruturação física.

Embora há uma fraca corrente atual que defende uma marcenaria que terceiriza só o corte, toda a produção e até o projeto ficando apenas com a montagem, eis que o comum ainda é o marceneiro centralizar em sua empresa todo o processo. E principalmente hoje em dia com o fácil acesso às ferramentas de projeto, eis que os melhores profissionais eliminaram as parcerias com profissionais de projeto e passaram a atuar diretamente com o cliente final, mais um aspecto disruptivo, aliás.

Sempre defendi que a Marcenaria sob Medida Disruptiva está para a complexidade Pós Modernista assim como a Produção em Série está para o Modernismo e sua objetividade simplista exacerbada. Ela atende não só necessidades sob medida respeitando o individualismo dos usuários como os insere no processo produtivo como um todo, aquilo que alguns chamam de Cocriação e outros de Criação Participativa. O cliente possui um leque infinito de escolhas, tanto conceitualmente quanto nos materiais a serem utilizados, pois a marcenaria possui tremenda liberdade criativa.

Outra diferencial da Marcenaria sob Medida Disruptiva é que ela não renega a tecnologia, Centros de Furação e Usinagem CNC hoje em dia disputam tarefas com antigas Maquinas Analógicas e Ferramentas Manuais nas oficinas. Pois na produção sob medida nem sempre a tecnologia mais avançada é a mais eficiente e eficaz por N motivos.

Também há a total liberdade de misturar MDF, MDP, Madeira Maciça, Compensado, Laminados diversos, Laca, etc...

E não podemos esquecer do DESIGN, pois a Marcenaria Disruptiva atende e intende como ninguém as novas necessidades que os avanços neste campo trouxeram, dentro disso podemos citar também a SUSTENTABILIDADE em suas três vertentes: Social, Ecológica e Econômica. A Marcenaria Disruptiva e mil vezes mais sustentável do que os fabricantes, pois pode reaproveitar materiais, abusar da criatividade na economia e fomenta o consumo consciente buscando fazer aquilo que realmente é necessário com um bom custo x benefício. De dia vende algo extremamente artesanal para à tarde vender caixarias de MDF, peças artísticas, autorais. e por aí vai....

Nosso concorrente direto era até ha pouco tempo as grandes marcas de modulados, porém com o aumento desenfreado da concorrência desleal entre as mesmas, perda de qualidade e credibilidade nos projetos e montagem, e leque engessado de opções fora o atendimento mais formal e menos humano.... Estes perderam terreno e hoje as marcenarias ganharam maior evidência por conseguirem atender necessidades mais customizadas com custo menor e qualidade satisfatória.

Mas há também marcenarias de alto padrão que cada vez mais estão tomando espaço das grandes marcas de modulados ofertando produtos e serviços que vão além de qualquer coisa ofertada pelas mesmas possuindo acesso às tecnologias, ferragens e demais insumos também de altíssimo padrão.

Quem poderia imaginar que o capitalismo se tornaria um tiro no pé das grandes empresas moveleiras abrindo espaço às pequenas empresas Disruptivas que conseguem atender nichos que as grandes não conseguem???

Contraditório? Disruptivo???

O maior potencial da Marcenaria Disruptiva é a CRIATIVIDADE, porém o mercado como um todo ainda está aprendendo a valorizar produção intelectual x criativa, ainda vivemos numa sociedade consumista que valoriza mais objetos tangíveis não sabendo valorizar mão de obra especializada e seus meandros. Cabe a nós fomentar a quebra de tal paradigma por demais ultrapassado, porém como a maioria da população se auto classifica como não criativa, estes temem supervalorizar apenas poucos privilegiados por tal suposto dom. 

Luiz Mariano 
(Autodidata apaixonado por Marcenaria, Design, Arquitetura, Arte, Filosofia, ...)
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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Primeira Oficina Comunitária Sustentável Marcenaria BRASIL:




Neste sábado, 29 de Setembro de 2018, fizemos aqui em minha marcenaria a primeira Oficina Comunitária Sustentável. A proposta era reunir amigos para produzir peças artísticas com material retirado do lixo, juntar pessoas que conheci via redes sociais com conhecidos da região.
Como foi a primeira vez e a coisa não foi muito bem combinada acabou que apenas minha cliente, a Professora Isabel que mora perto da marcenaria apareceu dia antes com uma carriola carregando um toco. kkkk Cheguei até gravar uma live ao vivo dentro do Grupo Marcenaria BRASIL no Facebook.

Link p/ a Live

Pelo menos uma meia dúzia de pessoas disseram que iam vir, mas acabaram dando pra trás. Aí passei a manhã toda fazendo limpeza, terminando um trabalho com a Peroba Rosa pro lavabo e fazendo uma Live (link aqui) batendo papo com os amigos do grupo. Porém após o almoço a Professora Isabel apareceu e a brincadeira começou e foi muito bacana, ela deu um show de criatividade e a Criação Participativa, a Cocriação comeu solta assim como a execução em dupla.

Vocês podem acompanhar o início do processo criativo nesta Live ao Vivo postada no grupo.

Link p/ a Live


Seguem as fotos e a Live da nossa reunião que acabamos terminando a peça no domingo. Primeiramente eu queimei a peça com o maçarico manual para matar fungos e demais parasitas.

Link p/ a Live

Domingo ela veio envernizar a peça depois que eu lixei e montei...

Link p/a a Live

Seguem as fotos...









Vamos fazer uma oficina desta pelo menos uma vez no mês e quem sabe até em outras marcenarias... Espero que se torne um movimento a ser copiado em outras cidades e estados, pois cativa bem as pessoas e é até um marketing bastante dinâmico para as empresas evolvidas.
Acredito que na próxima teremos mais participantes e a coisa vai crescer.

Fica aqui o convite para entrarem no Grupo Marcenaria Brasil (Link do Grupo AQUI)!!!


Luiz Mariano (Autodidata apaixonado por Marcenaria, Design, Arquitetura, Arte, Filosofia, ...)

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terça-feira, 10 de abril de 2018

Projeto Completo de um Dormitório Infantil em Santo André, ABC Paulista:


Este dormitório das filhas da minha cliente Valéria deu trabalho, demorou, demorou, mas o resultado agradou a todos, graças à Deus! hehehe
Conforme mencionado estarei postando aqui no Blog todo o material que tenho disponível referente a este projeto.

Briefing: 

Este termo é modinha entre os designers e arquitetos que trabalham com interiores, abrange um amplo processo que inclui a visita ao local onde o serviço será realizado, coleta de necessidades e dados em geral relevantes, entrevista com o cliente e futuros usuários do espaço/serviço, troca de ideias fomentando desde o início a criação participativa, compreensão do que é falado e percepção daquilo que não é comentado (signos e símbolos, semiótica), primeiros croquis rabiscados junto ao cliente, medições e fotos da obra, troca de material de pesquisa como fotos de revistas ou sites, e mais um turbilhão de detalhes necessários para elaborar a proposta inicial.

Após esta breve explicação do que eu entendo por "briefing", eis que volto a focar no projeto em questão... A Valéria, minha cliente, me ligou pedindo um orçamento para o quarto de suas duas meninas, Laura e Isadora de mais ou menos 4 e 8 anos.
Como eu já tinha feito a cozinha e os banheiros da Valéria ela já conhecia bem minha capacidade criativa, então na primeira reunião em sua casa foquei mais em ouvir suas ideias e entender suas necessidades e tirar as medidas do quarto fazendo um croquis da planta baixa do mesmo da seguinte forma:


Sou muito intuitivo e ao mesmo tempo gosto de focar meus esforços apenas no que é realmente necessário para fechar o negócio e executar o serviço da melhor forma possível para todas as partes envolvidas. Sendo assim há projetos que faço croquis e mais croquis junto ao cliente, outros até abri o Not na obra sobre os sacos de cimento literalmente e projetei os móveis do ambiente alí mesmo debatendo com o cliente como deveriam ser feitos e tal... Mas neste caso achei mais interessante recuar e elaborar as propostas 3D em casa. Costumo usar o 3D no debate do conceito e os executivos para o debate técnico posteriormente da aprovação do conceito que tem a estética em primeiro plano tentando adequar as funções a esta estética almejado pelo cliente ou por mim mesmo que exerço sempre uma influência em todo o processo.

Como podem ver, este quartinho com suas medidas reduzidas e a necessidade de alojar duas crianças da forma mais confortável e funcional possível se mostrou um grande DESAFIO. Inicialmente a ideia foi lançar a beliche com a posição das camas invertidas em conflito com o guarda-roupa com portas de correr conforme a proposta 3D a seguir:






Esta primeira proposta seguiu a ideia da própria cliente que não estava nem um pouco afim de fazer uma beliche convencional, pois o projeto iria ficar com cara de móveis comprados em loja não passando a percepção total de móveis projetados sob medida, sendo assim desagregando valor subliminar, obviamente. 

Eu particularmente fiquei muito incomodado com esta ideia de colocar a beliche em conflito com o armário e embora esta proposta tenha ficado mais cara resolvi fazer outras propostas mais leves e funcionais, gostei do desafio e mandei ver. hehehe







Assim eu trouxe a ideia de fazer o armário cobrindo parte da janela pro debate. Como sempre um lado da janela fica fechado, eis que funcionalmente não haveria problemas, já na estética uma boa cortina ou persiana iria amenizar o conflito, argumentei com a cliente que ficou bastante pensativa sobre esta questão.

Uma porta com espelho total foi exigência dela desde o início. Em contraste cogitamos usar novamente o vidro extra clean serigrafado branco (usamos na cozinha e banheiros), mas como o custo x benefício não se mostrava bom, optamos pelo MDF Laka Branco Brilhante da Eucatex que proporcionou um efeito parecido, até melhor por ser um material mais leve, e como o quarto não é um local onde há muito atrito nas superfícies em questão a resistência do vidro poderia ser deixada de lado.

Nesta ideia nasceu a possibilidade da escada com gavetas também, porém a cliente queria e precisava de mais armários e mais função no espaço, então desenvolvi mais uma proposta ainda mais dinâmica. A cliente tinha citado que gostaria de uma bancada para cada menina, uma forma que as duas pudessem estudar ao mesmo tempo, então...







Tal proposta entrou em completo conflito com o senso comum: Como assim subir a escadinha e pisar sobre o tampo da bancada? Este foi o questionamento em primeiridade dela e de todos que viram esta proposta. Obviamente fiz esta provocação propositalmente assumindo esta quebra de paradigmas simplistas, regrinhas que nasceram para ser quebradas. kekeke

Recuar a profundidade do tampo para usar uma escada inclinada que possui uma maior ergonomia no uso (mais confortável e fácil subir) fazendo esta não ficar no meio do quarto atrapalhando a circulação foi uma das minhas preocupações funcionais, não foi por estética este detalhe, porém acabou ficando ótimo, não chegou a embutir totalmente a escadinha de aço que compramos, mas amenizou.

Uma preocupação que tive desde o início foi com a estruturação da cama superior, em todas as propostas minha meta sempre foi apoiar o peso sobre uma estrutura que distribuísse ele para o chão sem haver tensão sobre parafusos, pois com MDF isso não funciona bem, não aguenta muito tempo, e devemos sempre respeitar as características e propriedades da matéria prima utilizada, claro!

Este vazado a meu ver foi a grande sacada! Além de possuir a função de apoio para subir na escadinha de aço ele trouxe leveza e o símbolo da totalidade para o projeto, uma pitada de curva/círculo para contrastar com as linhas retas predominantes. 

A cliente ficou perplexa... demorou dias para digerir a proposta e dar uma resposta... deve ter consultado familiares, amigos e os universitários de plantão! kekekeke Quando ela começou a pedir modificações nesta mesma proposta percebi que a ideia tinha sido aceita. hehehe Ela pediu mais função na bancada da direita, painel para TV, mais gavetas, Nicho para DVD e Game.... Mexer no apoio da cama superior, algo em "X" talvez, cabeceira para as camas e coisa assim.

Não costumo fazer tantas propostas em 3D assim para um mesmo ambiente, mas como me senti desafiado por este ambiente x cliente me senti motivado a ir até as últimas consequências. hehehee
E assim acabei fazendo a proposta que acabou sendo APROVADA!!!






SIM! Móveis projetados sob medida dá muito trabalho, houve exaustivos debates presenciais e via whatsapp. Cada detalhe foi amplamente discutido como um projeto deve ser. Costumo chamar isso de Criação Participativa, outros chamam de Cocriação.

Embutir a TV foi um desafio à parte, pois ela quis aproveitar uma TV enorme que já tinha em casa. A preocupação disto atrapalhar a circulação na escada da beliche apareceu, mas depois da obra executada sumiu, deu certo. Obviamente a ergonomia não ficou das melhores, cogitamos fazer a TV embutida na porta do armário como já fiz várias vezes, mas isso forçaria comprar outra TV além de perder um espaço que já era muito reduzido no armário onda as gavetas já estavam batendo na cama inferior em sua abertura total.

Eu tinha modelado esta proposta 3D com colchão de 188cm x 78cm x 15cm, mas a cliente optou por comprar colchões maiores que acabaram alterando um pouco a estética do conjunto, mas continuamos na mesma linha e eu deixei pra fazer as modificações apenas no Projeto Executivo.
















Executivo aprovado após mais algumas leves modificações solicitadas pela cliente (editei estes projetos 3 vezes, hehehe), partimos para o melhor da festa na floresta: PRODUZIR AS PEÇAS NA MARCENARIA, no meu reduto artístico. kekeke Mas não antes de fazer a Listagem de Peças e Plano de Corte, comprar o material e afiar o machado e pau na lenha.









E assim começamos aquilo que demorou pra KCT pra acabar! kekeekkekekekekeke km km km


Segue algumas imagens da farra do boi.... hehehee





























 Luiz Mariano
(Autodidata apaixonado por Marcenaria, Design, Arquitetura, Arte, Filosofia, ...)

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