domingo, 26 de julho de 2020

Tese: O urbanismo da internet das coisas





No urbanismo podemos atuar em três níveis diferentes:

Primeiro Nível: Aplicar intervenções contundentes com obras construídas ou demolidas que vão modificar drasticamente o meio urbano exigindo alto grau de investimentos e com efeitos colaterais negativos interferindo na vida das pessoas diretamente envolvidas antes, durante e depois da obra;

Segundo Nível: Aplicando metaforicamente técnicas de Bonsai (arvores de miniatura) podando, aramando, controlando completamente o crescimento das cidades através do Plano Diretor e demais diretrizes sem mexer no que já existe;

Terceiro Nível: Mexer no DNA das Cidades e deixar ela organicamente fazer as alterações necessárias em sua estrutura geral através da iniciativa privada. 

Qual é o mais importante?

Eu diria que os três são importantes, pois são intervenções pontuais no meio físico que interferem no DNA das cidades, pois plantam a semente do progresso. 
Imaginem uma obra pública concluída como ela valoriza os imóveis em seu entorno, e como isso incentiva os proprietários a investir em melhorias, construir novas edificações ou vender pra quem está disposto a investir. É um efeito dominó!
E o segundo nível vem para manter tal sinergia em um rumo pré determinado, obviamente.

Mas existe outra técnica de mexer no DNA das Cidades... Despertar ou modificar sentimentos!
Isso mesmo, através do marketing é possível mudar percepções, a cultura negativa de um povo, e com isso plantar mudanças organicamente. 

Um exemplo é a questão da descentralização econômica que já ocorre, a fuga das empresas e negócios dos grandes centros urbanos, algo que acontece não só de cidades maiores para as do interior, mas do centro para o bairro, e de estados mais populosos para os mais distantes. Como fomentar ainda mais esta tendência de descentralização econômica, e por consequência urbana, sendo que ainda há uma cultura das cabeças pensantes, pessoas com real potencial de fazer a diferença em suas regiões, de abandonar o interior para ir trabalhar nas megalópoles? De sair do bairro pra trabalhar no centro gastando 2 ou 4 horas por dia das suas vidas no carro ou transporte público?

Sim, uma campanha de conscientização promovida por influenciadores digitais pode fazer quem mora no interior parar de se sentir inferior aos que moram nos grandes centros, e só isso já basta para através da Teoria do CAOS tudo mudar. Fato! Tais pessoas precisam serem inseridas e se inserirem nos debates, inclusão social no meio digital, fato!

Mas debater isso com o povo do interior e estados distantes não funciona, e só isso não basta, pois a problemática na prática é ainda maior... BRASILIDADE!!! Nosso país como um todo se sente inferior aos estrangeiros, há uma fuga massiva de cabeças pensantes para o exterior, um total sequestro de potencial intelectual. Recentemente levantei um tópico para debater isso no Grupo Marcenaria BRASIL (VEJA AQUI), pois percebi que precisamos atacar a causa maior para por consequência resolver as menores... 
E para promover um pequeno ensaio de tal tese aqui defendida, eis que solicitei a amizade de vários arquitetos, designers e artistas em geral no meu perfil pessoal do Facebook e enviei convite para participar do grupo Marcenaria BRASIL. Tamanha foi a minha surpresa com o forte engajamento desta gente boa, fui bem aceito e interagi com vários perfis dentro e fora do grupo. Podemos dizer que o complexo de inferioridade e de medo de não ser aceito, pelo menos da minha pessoa, caiu por terra, já era. E agora pretendo usar isso como exemplo e prova do que estou defendendo.  

Mas o arquiteto urbanista possui o poder de mexer no DNA das cidades???

Acredito que como são fortes influenciadores de um modo geral, a resposta é SIM! 

Porém tal ação precisa envolver todos os membros da sociedade, de todas as áreas, toda a diversidade que há no Brasil. Assim poderemos plantar a semente da mudança que fará o Brasil um lugar melhor pra se viver, plantar o progresso, o bom progresso, algo realmente sustentável em todas as vertentes (econômica, social e ecológica).

E o mais interessante é que ao postar no grupo repleto de estrangeiros minha retórica defendendo tal BRASILIDADE percebi que toquei o coração de profissionais de outros países que se encontram na mesma situação que nosso amado Brasil diante aos países ricos, achei isso extraordinário até.

E pelo acolhimento gentil de tal sociedade internacional acabei revendo, evoluindo tal conceito de BRASILIDADE, pois a melhor forma de competir é SOMAR, é FAZER PARTE, inserir e se inserir neste cenário globalizado.

E por incrível que pareça, tal universo das ideias, é o que domina o plano físico. Obras extraordinárias e mudanças maravilhosas em prol do coletivo podem nascer de um simples debate de redes sociais, de um simples compartilhamento certo, visualizado pela pessoa certa, na hora certa. Fato!

Mas vamos deixar de divagar, né? hehehe

Luiz Mariano 

AUTODIDATA apaixonado por marcenaria, design, arquitetura, arte, debate, filosofia, etc...

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