sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Projetando Cozinhas / Abordagem Técnica de Marcenaria sob Medida:

Cozinhas Populares

Abrindo o Debate:

A maior missão do projetista de móveis sob medida é criar soluções para o cliente evitando quebrar paredes que ocasiona desperdício de dinheiro, trabalho, matéria prima e dor de cabeça, e mesmo assim projetar uma cozinha atualizada, bonita e funcional.
Postei este vídeo no nosso Canal no Youtube para abrir o tema para discussão...
Quebrar paredes deve ser o ultimo recurso a ser usado e quando isto for necessário devemos passar ao cliente a responsabilidade de correr atrás dos tramites legais e da execução da intervenção. 
Salvar revestimentos antigos já é uma tarefa mais difícil e nem adianta se opor ao cliente que acaba optando por trocar pisos e azulejos, gesso, pintura, etc... Até aí normal, mas quebrar paredes são outros quinhentos. Devemos sempre lembrar, vide Resolução 51 do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), que intervenções são atribuições dos arquitetos e engenheiros apenas, há uma reserva de mercado referente a isso. Fora que em condomínios residenciais e espaços comerciais como shoppings se tornou obrigatório recolher RRT/ART para qualquer obra, até para uma simples pintura, tudo deve ficar documentado e acompanhado por um responsável técnico devidamente habilitado.

Cumprido as devidas exigências burocráticas, eis que agora o negócio é com os ESPECIALISTAS, no caso aqui com os Projetistas de Móveis sob Medida, toquemos o barco...

Pois bem... Muitas vezes pegamos o apartamento já com a pedra de granito instalada com grapas ou com as infames mãos-francesas, aliás, regra básica para liberação do “Habite-se”, isto já engessa o projeto, pois define todo o layout da cozinha, sobrando ao projetista muito pouco a fazer neste sentido, e assim a criatividade vai ser toda focada nos módulos e na estética dos mesmos, como escolha de impressos de MDF, perfis puxadores, ferragens, aramados, etc. Só devemos propor modificações quando o erro de lógica na pedra for muito grave ou quando o cliente planeja instalar um eletrodoméstico incompatível com o que já está pronto. Fora isso, a escolha dos eletrodomésticos também fica restrita e deve ser muito bem conduzida pelo projetista que deve ficar atento quais podem ser inseridos ou não conforme espaço e infra-estrutura disponível. Quando não houver a infra-estrutura necessária ou foi instalada em local inadequado conforme as especificações técnicas dos fabricantes é dever do projetista avisar o cliente o quanto antes das mudanças necessárias para este resolver a questão junto ao responsável técnico da obra.

Regra básica de um bom projetista: NUNCA TER PREGUIÇA DE LER MANUAIS!!!

Sempre digo ao cliente que ele não precisa comprar os eletrodomésticos antes de fazer os móveis, mas precisa sim decidir a compra, ou seja, já escolher qual marca e modelo vai comprar para poder baixar o manual na Internet para projetar os móveis seguindo as especificações técnicas dos nichos dos mesmos. Obviamente o cliente deve ser avisado do risco de escolher modelos especiais que no dia da compra pode não estar disponíveis nos estoques das lojas causando assim transtornos. No caso de presente de casamento é aconselhável combinar com os padrinhos qual modelo será comprado, isto já virou algo banal e cotidiano, todos entendem a necessidade de tal prática.
Obviamente que comprar os eletros o quanto antes é mais garantido, mas isso depende das condições de cada um, e como explicado, isso não é empecilho a um projeto bem elaborado sob medida. Cabe ao bom profissional contornar a situação.
Os eletrodomésticos de uma cozinha podem envolver elétrica, hidráulica, esgoto, ventilação e tal... Geladeiras com gelo na porta, por exemplo, precisam de ponto hidráulico que quase nunca estão previstos na obra. Neste caso cabe ao projetista sugerir ao cliente que fale ao responsável técnico da obra para fazer uma instalação de uma mangueira ou cano por baixo da pedra de granito ou do rodo-base ligada ao ponto de água da torneira da pia ou da lava-louça. Isso também vale para a própria lava-louça que é um eletro pouco usado e sempre esquecido na hora de distribuir a infra-estrutura na obra. Em último caso cabe ao cliente correr atrás do que é necessário para quebrar a parede e instalar a infra-estrutura nos locais demarcados pelo projetista.

Layout...

Devemos discutir o layout antes de qualquer outro detalhe, é o ponto de partida. Conforme mencionado no vídeo e logo acima, a maioria das vezes pegamos os apartamentos já com o granito instalado definindo todo o layout, mas quando a obra ainda está crua a geladeira é determinante na criação da proposta 3D, pois se seu posicionamento não for bem pensado o projeto pode matar toda a estética e função dentro da cozinha e fatalmente diminuir sensação de espaço. Fora que a porta da mesma pode bater em outros móveis, gaveta não abrir ou ter que ficar pedindo licença aos convidados sentados na bancada ou mesa para acessar a geladeira, situação chata para não se dizer trágica (rsrsrs).
Pesquisem sobre a famosa triangulação dos eletrodomésticos nas cozinhas, pois realmente é um erro de projeto grosseiro posicionar a geladeira longe demais do fogão e da pia, por exemplo. Como também misturar área de trabalho da cozinha com a área de uso coletivo, isso gera desconforto e acidentes, é uma questão de segurança isolar quem está cozinhando ou lavando a louça.
Tente sempre posicionar as bancadas de uma forma que facilite a comunicação visual e verbal dos visitantes com a cozinheira, pois hoje em dia a cozinha virou o lugar preferido de atender as visitas, isso principalmente nas famosas "cozinhas americanas" onde a sala é integrada à cozinha. 
Toda vez que pegar uma Cozinha Americana pra projetar faça uma proposta para a sala também, pois esta vai fatalmente interferir na cozinha podendo gerar conflitos. Se o cliente comprar um sofá maior, por exemplo, pode querer que você altere a posição da bancada ou coisa assim.
Evite ao máximo de colocar geladeira ao lado do fogão, caso não haja outra solução faça um nicho para a geladeira para dar uma mínima separação e ventilação.
Converse bastante com o cliente sobre possibilidade de estações de trabalho em ilha quando a cozinha for quadrada e generosa no tamanho. Tanto o fogão quanto a pia podem ocupar este espaço. Mas nunca esqueça que coifas de ilha são mais caras, mais complexas de instalar e exigem infra-estrutura adequada (forro de gesso, passagem para sistema de exaustão opcional, pois a coifa pode ser usada no modo filtrante apenas, ponto de energia na voltagem específica, furo na laje, etc...).
Pense em bancadas de apoio, aparadores, mesas ou bancadas para refeições rápidas e tal. Sobre as mesas para refeição rápida sempre lembro o cliente que sujar dois ambientes para toda e qualquer refeição pode ser algo cansativo para manter a limpeza e tal.
Ao analisar os layouts possíveis insira o cliente nesta reflexão, se imaginem usando a cozinha, abrindo as portas do cômodo, dos armários, da geladeira....Cozinhando, lavando a louça... Recebendo as visitas, conversando... Etc...
Quanto menos armários, melhor! Não tente empurrar o que o cliente não precisa, deixe sempre ele pedir mais armários ao invés de você, pois caso contrário a mensagem será negativa, como se você fosse um vendedor que está interessado apenas em faturar mais e mais sem ética alguma, e você antes de vendedor é PROJETISTA, sua função é vender a melhor solução, e lotar a cozinha de armários quase nunca é a melhor solução. O verdadeiro lucro é vender e deixar o cliente satisfeito com todo o processo além da qualidade dos móveis em si.

Patamar ou Rodo-base?

Eu sempre tento aconselhar ao cliente fugir do patamar de alvenaria, pois se der vazamento a água fica empoçada entre a base do gabinete e o patamar apodrecendo tudo rapidamente. Fora que o cimento muitas vezes demora muito pra ter a cura completa transpassando umidade à base do gabinete, mofando e causando mau cheiro. Fora que vira um ninho de baratas. Somado a tudo isso é difícil um pedreiro fazer o patamar respeitando o recuo recomendado para o encaixe da ponta dos sapatos possibilitando assim uma boa ergonomia ao usuário (recuo de 5cm em relação ao gabinete e 10cm em relação à largura da pedra), fora a questão estética e funcional, pois anula problemas de alinhamento da base com o patamar, seguindo o recuo adequado mesmo que o patamar esteja levemente torto isso não seria denunciado visualmente pelo móvel.
Eu padronizei fazer meus projetos com rodo-base de granito de 10cm de altura e recuo de 5cm em relação ao gabinete. Para isso eu fixo pés de madeira com recuo de 7cm prevendo a espessura da pedra e esta vai colada com silicone ou massa plástica neste apoio e depois devidamente rejuntada, assim não entra água e nem baratas. (Detalhe: Mantenha a casa limpa que as baratas não gostam e vão embora. Kekeke. Não ponha a culpa toda nos vãos dos móveis. hehehe).
Com o rodo-base de granito fica uma caixa lacrada, se houver vazamento a água fica empoçada longe da base e o gabinete não estraga fácil. Aí basta destacar o roda-pé de granito e fazer a limpeza após manutenção.
De qualquer forma, tanto o rodo-base quanto o patamar, são recomendáveis, pois facilitam a limpeza e evitam objetos que insistem em cair debaixo do gabinete como talheres que dão o maior trabalho para resgatar. Muito prático além de proporcionar uma maior percepção de continuidade, uma idéia de sob medida ainda maior, mais agradável esteticamente.
Não recomendo colocar o fogão de piso e a geladeira sobre patamares, pois isso dificulta demais na limpeza, imaginem uma dona de casa de idade avançada tentando mover a geladeira lotada de alimentos para limpar atrás... Impossível! Inviável! Erro de projeto de fato.

Máscaras?

Chamamos de máscaras os gabinetes embutidos em paredes e patamar de alvenaria que muitos clientes optam fazer com a esperança de economizar nos móveis além de poder protelar a execução dos mesmos.
Eu particularmente não defendo esta solução por N motivos, pois quase nunca o pedreiro consegue seguir o esquadro, além de perder espaço com as espessuras maiores da estrutura de alvenaria em comparação ao caixote de madeira. Mas se for feito sugiro uma altura mínima de 10cm no patamar e recuo de no mínimo 3cm de toda a estrutura em relação à largura da pedra de granito da pia, pois assim o marceneiro pode fazer o batente das portas auto-arrematáveis com guarnição em “L” já fixa, aí é encaixar, chumbar, ajustar e pegar o cheque, pois qualquer tortura fica oculta.
Recomendo revestir com azulejo totalmente, pois a alvenaria como já mencionado demora a ter a cura completa, fica suando, úmido. Fora que assim fica mais fácil manter a limpeza.

Rebaixar o teto com forro de gesso...

Recomendável, pois isso possibilita fazer armários até o teto com menor área e por conseqüência menor custo mantendo eles embutidos no teto passando assim maior percepção de sob medida mantendo a continuidade e fluidez. Fora que o forro possibilita posicionar a iluminação mais adequadamente, pois é comum aos construtores alinhar o ponto de luz levando em consideração o meio do teto com a cozinha sem armários (colocou os armários fica fora de centro sempre), como também sem prever pendentes sobre mesas e bancadas. Outra vantagem do forro de gesso é que ele permite embutir as luminárias e spots evitando possíveis conflitos com a abertura das portas dos móveis. Fora a estética mais limpa seguindo as tendências contemporâneas. Lembrando que deve ser previsto no projeto executivo dos móveis quando estes vão até o teto, o cliente deve ser instruído a decidir se vai ou não fazer antes de liberar os móveis para produção, e o serviço de gesso deve ser executado antes da montagem dos móveis.
Muitas marcenarias preferem nem tocar neste assunto para não correr o risco de ter que amarrar a montagem dos móveis por causa de um possível atraso do gesseiro, mas como meu foco é sempre buscar a melhor solução pros meus clientes evitando esta correria lunática modernista de volume x lucro, eis que sempre levanto tal questão, principalmente, por outra ótica, para não correr o risco de chegar na casa do cliente e me deparar com um teto rebaixado sem aviso prévio, pois clientes eufóricos com a casa nova adoram meter os pés pelas mãos. Hehehe

Vejam bem que não defendo aqui o projetista de móveis bancar o designer de interiores, mas sim prever todas as possibilidades no briefing do projeto dos móveis para efetuar o melhor trabalho possível. Somente quem é designer de interiores ou arquiteto formado deve se aventurar a vender projetos extras mais abrangentes, porém para quem se especializou em móveis sob medida isso pode representar um tiro no pé por N motivos, tal serviço extra deve ser conduzido com cautela para não prejudicar a atividade principal. Mas todo e qualquer item decorativo que pode interferir no projeto dos móveis deve ser debatido, seja com o cliente, seja com o profissional envolvido. O foco do projetista de móveis não é vender projeto, e sim vender o móvel seguindo a melhor solução, um móvel sob medida de fato. 

Medidas padrão e demais questões técnicas abordando projeto, execução e montagem:

# Eu sigo sempre a altura acabada de 90cm para a pedra de granito e balcões auxiliares.
Rodo-base de 10cm de altura conforme mencionado;
# Nicho para microondas conforme especificação técnica do eletrodoméstico escolhido pelo cliente com base à 45cm de altura em relação ao tampo de granito ou pia;
# Armários aéreos com 60cm de altura em relação à pia e 30cm de profundidade para evitar o usuário bater a cabeça ao lavar a louça;
# Nicho para geladeira e armário sobre o mesmo costumo fazer com 60cm de profundidade;
# Torres para forno e microondas também faço com 60cm seguindo as especificações dos eletros e tendo dividir em pelo menos dois módulos ou em último caso monto na obra para evitar a exposição de emendas. Jamais tento levar uma Torre montada para obra, pois além de ser um esforço desnecessário, a peça pode ser danificada facilmente e não caber no elevador. Aliás, NUNCA SE ESQUEÇA DOS ELEVADORES quando dimensionar módulos, assim como corredores e escadas. Os módulos tento sempre dividir pensando na possibilidade de um montador conseguir transportar e chumbar sozinho, sendo assim evito fazer peças grandes e pesadas;;
# Roda-teto sigo o padrão de 6cm, mas depende da moldura de gesso. Quando há forro de gesso, dependendo da situação faço o caixote colado no teto;
# Meu padrão é MDF de 18mm 2 faces total branco, madeirado ou unicolor;
# Nichos para fogão de embutir e forno + cook eu sempre deixo a ventilação oculta por baixo no recuo do rodo-base;
# Nicho para fogão deve sempre alinhar com a profundidade da pedra de granito para evitar aqueles famosos encaixes e tomar cuidado com os acabamentos boleados, estes devem prever a união com acabamento reto na aba do fogão. Medidas conforme manual técnico de cada fabricante e modelo. Lembrar o cliente das regras de não cruzamento de fios e mangueiras de gás, posicionamento adequado e tal;
# Não uso tamponamento e até já postei no Blog um belo texto falando deste tema: Tamponamento é Crime! Mas quando é pra reformar cozinhas antigas o tamponamento caí bem, Veja o Link Aqui;
# Prefiro optar por perfis puxadores para evitar conflitos entre abertura de portas e gavetas tendo em vista que estes ficam embutidos além de ter caído no gosto do público. Também evita conflitos com os clientes na escolha e compra dos mais diversos modelos de puxadores convencionais disponíveis;
# Costumo comentar sobre a possibilidade de inserir ferragens e aramados especiais no projeto, mas deixo o cliente comprar à parte para este custo não complicar os cálculos do meu orçamento e se tornar mais uma responsabilidade e agravante no financiamento. O importante é projetar os módulos já prevendo a instalação de tais ferragens e aramados;
# A bancada embutida para refeições vai depender muito do projeto e tipo de banco a ser usado, temos o banco baixo para tampos com 80cm de altura, médios para tampos com 90cm de altura alinhados com a altura da pia, e 100 à 110cm para bancos altos muito usados em bancadas que separam a sala da cozinha integrada. O tampo precisa ter no mínimo 35cm de largura para caber um prato e um copo e as pernas ficarem com o mínimo de conforto sem bater os joelhos na parede;
# E sobre basculantes nos aéreos que vão até o teto costumo dizer que se o cliente vai ter de qualquer jeito subir em uma escada para alcançar os objetos, eis que pode aproveitar para fechar a porta, pois entre os projetistas há grande controvérsia nesta questão;
# Devemos ficar atentos para as escolhas do cliente em relação à pedra de granito, pois um acabamento 45 graus com saia de 5, 8 ou 10cm vai obviamente interferir na altura dos módulos para que a altura acabada da pedra não saia do padrão assim como o vão inferior ou rodo-base;
# Quando houver patamar e pedra de granito já fixada pela construtora é recomendável deixar pelo menos 1cm de folga na altura, pois há a famosa caída tanto na pedra quanto no patamar;
# Jamais faça o modulo com a lateral encostada diretamente na parede de canto, faça sempre um reegrosso de 2 ou 3cm de largura para a lateral não puxar umidade da parede e para as portas e gavetas não rasparem na parede conforme variação de esquadro. Fora que isso possibilita prever edições nos módulos caso necessário;
# Regra básica na montagem dos caixotes é a lateral fixada sobre o topo da base e chapéu no caso de aéreos e travantes no caso de gabinetes. Isso é uma questão estrutural, pois imaginem o peso dos objetos sobre a base sendo sustentados pela rosca dos parafusos sobre o topo das laterais... A base ia cair rapidamente, desmontar. Já as cantoneiras de fixação precisam ser instaladas nas laterais dos módulos;
# Outra regra que todos que trabalham com móveis sob medida seguem é não colocar fundo nos gabinetes e balcões, pois isto vira ninho de baratas, mofa fácil e dá mau cheiro. Já os aéreos é recomendável ter fundo para travar os módulos, por estética e organização, pois as paredes possuem torturas que os móveis denunciam deixando vãos que enroscam objetos e acumulam sujeira. Arrematar tudo por dentro seria loucura mais cara do que o fundo, economia porca;
# Orientar o cliente a exigir da marmoraria que a pedra seja embutida na parede pelo menos 1cm é recomendável, principalmente quando há vão livre, pois basta o gabinete ceder 1mm para começar a infiltrar água entre a pedra e o frontão de granito. Isso deve ser feito pelo menos na área molhada da pedra. Passar tais orientações ao cliente agrega valor técnico ao briefing e evita futuro desgastes com manutenção do móvel, mesmo que isso não seja responsabilidade da marcenaria;
# Sempre dou ao cliente o direito de optar por uma cristaleira, basculantes com vidro serigrafado colorido ou pintura fria sobre, vidro extra clean que possibilita uma pintura verdadeiramente branca, refleta, mini-boreal, espelho, etc... Algumas vezes quebro a fluidez com alguns nichos e até as famigeradas adegas e cantoneiras dependendo do caso quando quero dar uma ar mais retro/vintage à cozinha. Quem é projetista sabe que tais itens foram abolidos e são repudiados pelos modinhas de plantão;  
# Quando o cliente tem uma geladeira pequena, mas planeja futuramente trocar por uma maior, faço o nicho para a maior e fecho na altura com um módulo de garrafeiro que pode ser removido para possibilitar a troca;
# Em módulos de canto dos gabinetes sempre tento especificar portas com dobradiças Robocop (130 graus de abertura), isso facilita o acesso total a este espaço. Existem ferragens giratórias específicas para estes módulos de canto com qualidades e custos variáveis, sempre deixo o cliente optar pelo uso das mesmas;
# Tento sempre fugir de portas de correr para gabinetes, pois além da possibilidade de manutenção ser maior o recuo da porta interna quebra a fluidez estética dos módulos. Fora que se perde 7cm na profundidade do móvel;
# Para armários em “L” ou cozinhas em “U” se torna indispensável verificar o esquadro entre as paredes envolvidas e tirar os ângulos com uma suta de madeira que podemos transferir a marcação com lápis sobre retalho de MDF de 6mm, eu faço assim. Este tipo de cozinha com ângulos especiais é o tipo de serviço que só as marcenarias sob medida fazem, só as melhores. hehehe;
# Em caso de paredes fora de plumo jamais devemos trazer tal defeito para o móvel, isso se resolve nos arremates;
# Falando de arremates, os embutidos são os melhores, mas quando não é possível apelamos para a chapa fina pregada ou colada com cola instantânea. Sempre dou um toque final com massa corrida, mas muitos criticam tal prática;
# Uma ação recomendável é passar fita crepe larga sobre as corrediças telescópicas antes de chumbar os módulos e só tirar depois que a marmoraria fazer o serviço deles para evitar encher de areia, pois depois só mesmo limpando com cotonete ou trocando as corrediças para resolver isso, verdadeiro transtorno. Tirar as corrediças também é uma saída, mas prefiro a fita crepe;
# A maioria das cozinhas que faço hoje em dia os clientes estão fugindo de usar o MDF Branco, a moda agora é o Madeirado com Textura mesclando talvez com MDF laca brilhante de cores variadas ou madeirado brilhante, tanto da Eucatez quanto da Duratex;
# Existe o MDF Ultra da Duratex que é mais resistente a água, aquele com miolo verde, mas que só existe com acabamento branco que muitas marcenarias padronizaram usar para áreas úmidas (cozinha, lavanderia e banaheiros). Outros optaram por usar o Painel de Compensado Sarrafiado revestido com Laminado Melanímico de Alta Pressão (Fórmica) de fábrica, mas já caiu em desuso devido ao custo elevado e a maior possibilidade de pegar cupim. Não defendo o uso destes materiais por não achar assim tão necessário, mas busco sempre manter o cliente informado e livre para escolher a melhor opção no ponto de vista deles. A marcenaria possui esta liberdade por comprar somente o material do serviço em questão, como também poder trabalhar com todos os fabricantes de MDF que os fornecedores disponibilizam, não perdemos mais um serviço por não ter um acabamento específico como antes;

(Aguardem mais edições... Estudo em andamento, pretendo transformar isso numa apostila).



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