Nós do Grupo do Facebook Marcenaria BRASIL estamos
promovendo uma campanha de valorização do pequeno produtor marceneiro que
possui oficina própria e uma pegada artesanal. Nossa proposta é que os
marceneiros passem a assumir de vez o rótulo de artista que já pesa em suas
costas e comece a invadir as mídias seguindo os passos dos grandes Cheffes de
Cozinha que hoje são verdadeiros astros.
Obviamente que para isso acontecer este marceneiro precisa
transcender sua função passando a vender algo mais do que meros móveis copiados
de seus concorrentes. Ele precisa passar a criar suas próprias peças e
soluções, passando assim a competir com os designers e arquitetos que dominam o
setor.
Uma maior capacitação é primordial, pois este profissional
precisa dominar todo o processo, desde a arte de criar, projetar e vender;
passando pela produção primorosa; entrega e montagem de nível e chegando ao
pós-venda bem elaborado. Mas além disso tudo é obvio que é preciso dominar as
técnicas antigas em contraste com as atuais, juntar o velho com o novo. Nisso
podemos incluir o domínio da ferramenta 3D, projetos executivos e planos de
corte em conjunto com o desenho à mão sempre que necessário na hora de esboçar
uma ideia. A CRIATIVIDADE passa a ser a palavra chave.
Debatendo inBox como o nosso amigo de grupo, o marceneiro
José Benedito Polleto proprietário da Wood Serrana de Moveis e Artesanatos LTDA de
Serra Negra-SP ficou evidente que esse seria o melhor caminho.
“Pra mim estamos
encontrando uma meta!”
“Mas isso vai
exigir mais qualificação de todos, pois não basta apenas cobrar mais caro.”
Nesta conversa
concluímos que é impossível excluir a influência e
participação dos nossos irmãos designers e arquitetos, no fim serão eles que abraçarão melhor a ideia, muitos vão passar a
meter a mão na massa em busca de um diferencial, de agregar valor às suas
criações, ao seu nome. Poucos marceneiros querem enfrentar os holofotes, pois
eles curtem a tal da humildade de merda que os mantém na zona de exploração.
Polleto citou que já produziu para a Tock&Stock,
reclamou que a marca de sua marcenaria nunca era citada, apenas do designer
internacional que criou a peça...
Isso só corrobora com o que estamos defendendo:
Precisamos passar a criar nossas próprias peças e lançar nossa marca no
mercado, invadir e disputar espaço na mídia, enfrentar os holofotes para fazer
o nosso nome, o nome de nossa empresa. Explorar a produção sob medida, a
exclusividade e a pegada mais humana no atendimento é o canal. Fazer disso o
nosso diferencial além da qualidade dos materiais utilizados e o resultado
final surpreendentemente simples e sofisticado.
“...o mercado ta aí pra todo mundo, esperar
que as grandes empresas façam seu nome é pior do que acreditar no Coelhinho da
Páscoa.”
Para que a coisa funcione este novo perfil de marceneiro
precisa, antes de mais nada, aprender que copiar é antiético, é errado. Pois
por enquanto a maioria dos marceneiros acham normal COPIAR e querem ser
valorizados pela capacidade de produzir tais peças com perfeição, mas o mercado
não valoriza isso, fato.
Conversei bastante com o marceneiro Márcio Rangel da
Rangel Móveis Planejados de Itu – SP que também ficou bastante empolgado com a
ideia.
Obviamente que agregar valor vai além do simples ato de
cobrar mais caro, é preciso fazer por onde. E investimento pesado em marketing
é o caminho, mas isso precisa ser muito bem planejado, é um processo demorado
que muitas vezes exige uma boa consultoria.
Mãos à obra meus caros!
Marcenaria na veia, é nóis! hehehe
www.marianomoveis.com.br
(Atualização 28/01/2015)
Estávamos debatendo este tópico no Grupo Marcenaria BRASIL e o Arquiteto Cezar Augusto de MG levantou outro ponto de vista sobre como valorizar o trabalho das pequenas marcenarias artesanais que possuem a capacidade de produzir peças mais exclusivas.
Parceria com designers e arquitetos seria o caminho mais fácil proposto por ele, caminho este que ele já está colocando em prática.
Gostei tanto que achei interessante atualizar esta matéria com mais este complemento.
Gostei tanto que achei interessante atualizar esta matéria com mais este complemento.
Segue o depoimento dele postado no grupo:
Passei um ano analisando diversas franquias de planejados, e nenhuma chegou nem perto das possibilidades, acabamento e diversidade de uma marcenaria. Então no fim do ano passado surgiu a ideia de “gourmetizar” uma pequena marcenaria que fez muito serviço pra mim. A gente já tinha uma ligação legal e uma parceria de trabalho e o marceneiro sempre me chamava pra desenhar os projetos mais 'sofisticados' que ele pegava, pra impressionar mais o cliente. Então eu propus que meu escritório virasse uma extensão 'gourmet' da marcenaria dele. Trabalharíamos com outro nome, outro conceito e outro público. Ele continuaria tendo o cliente 'comum' dele, que procura a marcenaria diretamente e discute, sem projeto muitas vezes, um móvel; e eu focaria num outro tipo de cliente potencial, e seria uma espécie de revendedor da marcenaria, com assinatura, outra penetração de mercado...
Estamos caminhando bem, acertando os passos, já fizemos os primeiros projetos, mas achei que foi uma iniciativa bacana pra valorizar essa ideia da marcenaria artesanal sem ter que perder os clientes ou reestruturar por completo a marcenaria, na base da parceria e do domínio do conhecimento.
Pra mim é ótimo, levanto cedo, vou a marcenaria, discuto projeto, vejo o que precisa ser otimizado o que vai funcionar mal, consigo acesso a um cliente diferente do cliente tradicional da marcenaria... Todos saímos ganhando (esperamos)...” (Cézar Augusto)
Cézar Augusto
Arquiteto e Urbanista formado pela UFMG
E atualmente estudante de Mestrado em Ambiente
Construído e Patrimônio Sustentável em UFMG
De Itabirito – MG
Nenhum comentário:
Postar um comentário