Semiótica:
Antes de qualquer
coisa precisamos entender um pouco sobre o que é semiótica:
Doutrina filosófica geral dos
sinais e símbolos, especialmente das funções destes, tanto nas línguas naturais
quanto nas artificialmente construídas.
Estudo dos signos.
É sinônimo de semiologia.
O que é uma
linguagem?
A linguagem é um instrumento que
nos permite pensar e comunicar o pensamento, estabelecer diálogos com nossos
semelhantes e dar sentido à realidade que nos cerca.
Ela pode ser matemática, de
computador, as línguas diversas, as linguagens artísticas (arquitetônica,
musical, pictórica, escultórica, teatral, cinematográfica) e as gestuais, da
moda, espaciais e outras.
Toda linguagem é um sistema de signos.
O que é signo?
Segundo o filósofo Charles Sanders Peirce o signo é uma
coisa que está no lugar de outra sob algum aspecto, ou seja, é uma
representação desta segunda coisa. Ex.: O choro de uma criança pode estar no
lugar do aviso de desconforto, de fome, de frio ou de dor; ou simplesmente
representar uma birra de uma criança mimada.
Relação do signo:
1 – Signo (significante): Representação
de alguma coisa.
2 – Objeto: Coisa a que o signo
se refere.
3 – Interpretante (significado): Interpretação que varia de pessoa a
pessoa e é influenciado pelo contexto ao qual o signo está inserido que dá
significado ao signo.
Tipos de signos em
relação a si mesmo:
1 – Quali-signo – (Qualidade): uma
qualidade que é um signo. Ex.: Cor.
2 – Sin-signo – (Singularidade): uma coisa ou um evento existente
tomado como um signo. Ex.: Cata-Vento.
3 – Legi-signo – (Lei): é uma convenção ou uma lei estabelecida
pelos homens. Ex.: as letras do alfabeto, as palavras, signos matemáticos,
químicos.
Tipos de signos em
relação com o objeto:
1 - Signo tipo ícone:
Onde existe uma relação de
semelhança.
Ex.: Desenho de um galo com um
galo.
2 - Signo tipo índice: Onde existe uma relação de
causa e efeito.
Ex.: O chão molhado é um signo
efeito da chuva.
3 - Signo tipo símbolo: Onde existe uma relação
arbitrária.
Ex.: Todas as palavras que
simbolizam as mais variadas coisas.
O preto que simboliza o luto. O branco
que simboliza a paz.
Fases da interpretação
dos signos:
Primeiridade: Costuma-se dizer que é a primeira impressão, ou seja,
interpretação instantânea e instintiva do signo;
Secundidade: O signo passa por uma análise mais crítica e racional
ao qual a mente reformula a primeira impressão gerada podendo validá-la ou
confrontá-la;
Terceiridade: Nesta última fase (que nem todos os signos alcançam)
ele pode atingir o inconsciente do interpretante podendo aflorar sentimentos,
emoções, sensações e/ou lembranças.
Como aplicar a
semiótica em interiores?
Em primeiro
momento devemos deixar claro que é impossível criar um ambiente sem que a
semiótica esteja presente. A única diferença e se o designer sabe ou não disso.
E se sabe será que aplica de forma passiva ou possui pleno controle sobre esta
ferramenta?
Para
iniciar a brincadeira precisamos identificar vários pontos e coletar uma variedade
de dados pertinentes à busca da solução mais adequada. Entre elas podemos
citar:
# Qual tipo de ambiente estamos
trabalhando (comercial, residencial, corporativo, espaço público, etc) e
confrontar com sua função (quarto, cozinha, recepção, escritório, estoque,
etc);
# Qual o perfil do usuário
(idade, sexo, quantidade, limitações físicas ou psicológicas, classe social, cultura
e esportes, vícios, nível intelectual, cultura de consumo, preferências em
geral);
# Quais as pretensões e
necessidades do contratante que nem sempre será o usuário;
# Qual tipo e qual nível de
percepção queremos provocar nos usuários de acordo com as variantes impostas
pelo seu perfil;
# Estabelecer a lógica a ser
seguida e a hierarquia dos componentes que irão compor o ambiente (função x
estética; peças e posicionamentos fundamentais; estilo ou “espírito” a ser
agregado ao ambiente; historicidade; o que deve ser inserido e o que deve ser
anulado do que já existia nesse ambiente, nobreza dos materiais, etc);
# Identificar quais os elementos
(terra, ar, fogo, água) vão ser manipulados neste ambiente em termos funcionais
e/ou estéticos; quais percepções serão provocadas com a utilização de tal
elemento;
# Estabelecer uma coerência
funcional, estética e psicológica entre os acabamentos, materiais, texturas e
cores aplicadas;
# Móveis sob medida, modulados,
seriados, autorais, fixos ou avulsos;
# Iluminação, ventilação,
aquecimento, isolante térmico e acústico natural e/ou artificial. Qual tipo;
# Este ambiente possui uma
conotação artística, extremamente funcional, voltada para o espetáculo ou objetiva,
carregado ou minimalista, extravagante ou contido, austero ou alegre,
aconchegante ou vibrante, exige resistência ou delicadeza;
# Exclusivo, personalizado ou
impessoal;
# Etc...Etc...
Para acrescentar: É preciso também deixar claro que o
ambiente é uma linguagem. Mas cabe ao designer definir qual mensagem este
ambiente vai transmitir. Se vai ser do autor para com os usuários, do dono/empresa
para os usuários, somente do ambiente para os usuários, de um usuário para
outro; e finalmente se ela vai ser explicita ou ambígua.
A psicologia ensina que o ambiente e seus objetos
representam uma extensão do corpo humano com forte apelo erótico. Lembrando que
o erotismo vai muito além da genitália humana e da consumação do ato sexual em
si. Neste sentido cabe uma análise mais aprofundada, mas não comentada para uma
melhor interpretação das necessidades e anseios de nossos clientes.
As pessoas buscam se comunicar com a sociedade através dos
seus objetos e estas mensagens são deveras previsíveis pelo senso comum, mas
podem variar de acordo com a personalidade, faixa etária, estado civil e
condição social de cada cliente e somente um briefing bem executado pode fornecer os dados necessários para
identificar o perfil desse indivíduo. Mas precisamos tomar cuidado com os
devaneios que camuflam a verdadeira personalidade do cliente, pois a falta de
intimidade e confiança pode influenciá-lo a criar um personagem daquilo que ele
gostaria de ser. Neste caso nada é o que parece e nem tudo o que ele pede é o
que realmente necessita. É recomendável “quebrar o gelo” o quanto antes
demonstrando simplicidade e bom humor. É obrigação do designer sempre deixar
claro as conseqüências positivas e negativas de cada escolha conduzindo o
cliente a uma reflexão mais aprofundada de suas verdadeiras necessidades e
anseios além das questões financeiras.
Em ambientes extraordinários de conotação artística/autoral como
é o caso das mostras, showroon,
espaços especiais comerciais ou públicos, etc; torna-se interessante
estabelecer uma comunicação mais complexa e abusar da terceiridade, ou seja, da
percepção mais interiorizada brincando com o inconsciente das pessoas
possibilitando uma vivência, uma experiência única, especial. Para isso utilize
os quatro elementos da natureza (água, ar, fogo e terra) além de provocar os
cinco sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar). Nestes casos também se
torna uma ousadia incluir uma provocação para atiçar uma pitada de sentimentos
negativos como a repugnância, estranhamento, medo, crítica, etc; podendo com
isso criar uma situação de amor e ódio capaz de tatuar sua obra na mente dos
observadores/visitantes alimentando comentários posteriores.
A utilização de obras de artes e peças assinadas deve ser
bem conduzidas, como também o uso de matéria prima ou peças de suas parcerias,
pois tanto o cliente quanto as pessoas que vão interagir com este ambiente
precisam identificar qualidade real neste objetos e que estes verdadeiramente
agreguem valor ao ambiente, caso contrário a comunicação será ineficaz e
demasiadamente negativa em todos os sentidos.
Como esta parte da semiótica aplicada a interiores é uma
criação minha baseada no meu conhecimento empírico e da minha capacidade ímpar
de gerar polêmica e debate nas redes sociais (amor e ódio, rsrsrs), eis que
fico na ávida espera de opiniões, críticas e elogios por parte dos amigos
designers e demais profissionais relacionados.
Vamos inserir novos signos através do render:
Qual a primeira coisa que veio a sua cabeça quando você viu
esta imagem?
Numa análise mais aprofundada observando cada detalhe
separadamente do todo somado à visão do conjunto o que mudou na sua percepção?
Identifique os signos tipo ícone, índice e símbolo contidos
na cena.
Do que é composta a imagem/textura que reveste o piso e a
parede? (Dê um Zoom na imagem). Qual sensação isso te provoca? Qual significado
isso atribui isoladamente e inserido no todo?
Qual a relação entre as formas dos componentes? E que função
você atribui a cada um?
E o vaso branco sobre o componente branco? O que você tem a
dizer sobre ele? Qual a intenção do autor em relação a esse vaso? O que
sensação ele provoca?
Seguindo a lógica qual seria a textura aplicada na face
inferior em contato com o piso destes elementos brancos?
Na junção de todos os signos dentro de uma interpretação no
nível da terceiridade qual significado maior você atribui a este conjunto?
Atualização: 01/01/2018 - Reiniciando Estudos
Em primeiridade quem ver esta imagem/estudo vai logo pensar: Que merdaaa!!!
Já quem conhece Semiótica vai, em Secundidade, fazer uma análise mais crítica avaliando os erros e acertos apresentados pela imagem, quem sabe ler todo este conteúdo deste tópico, avaliar e tal...
Aí todos os perfis de seguidores desta página/blog, em terceiridade, vão demonstrar sentimentos de ódio para com este que aqui vos posta por estar divulgando uma porcaria desta no primeiro dia do ano. Quem parar pra prestar a atenção em Secundidade vai ficar ainda mais revoltado. E quem ler o tópico do Blog inteiro poderá até pensar ora em suicídio, ora em assassinato! kkkkkk
Conceito Inicial: Confrontar signos do tipo ícone, índice e símbolo.
Atualização: 01/01/2018 - Reiniciando Estudos
Em primeiridade quem ver esta imagem/estudo vai logo pensar: Que merdaaa!!!
Já quem conhece Semiótica vai, em Secundidade, fazer uma análise mais crítica avaliando os erros e acertos apresentados pela imagem, quem sabe ler todo este conteúdo deste tópico, avaliar e tal...
Aí todos os perfis de seguidores desta página/blog, em terceiridade, vão demonstrar sentimentos de ódio para com este que aqui vos posta por estar divulgando uma porcaria desta no primeiro dia do ano. Quem parar pra prestar a atenção em Secundidade vai ficar ainda mais revoltado. E quem ler o tópico do Blog inteiro poderá até pensar ora em suicídio, ora em assassinato! kkkkkk
Conceito Inicial: Confrontar signos do tipo ícone, índice e símbolo.
O desafio agora é utilizar tal conceito na criação de mais uma peça autoral de mobiliário. Processo criativo em andamento e sendo postado o passo-a-passo...
Redundância e uso de caixa baixa foi o Sazon desta salada. hehehe Os designers gráficos piram! kkkkk
Partido: Compensado de 15mm, Tupia Copiadora e Cola Poliéster Incolor que vou testar no lugar da resina....
Dando continuidade ao estudo de semiótica aplicada à criação de uma peça autoral de mobiliário...
O verdadeiro foco é provocar no observador uma reflexão em terceiridade despertando seus sentidos e brincando com o lúdico, porém sem adentrar o campo da cenografia ou do espetáculo.
A água caiu da luminária, escorreu do símbolo, empoçou e possivelmente vai escorrer pelo ralo embutido estilo estas pias "moderninha" que estavam na moda até poucos dias atrás. hehehe Isso lembra também o estudo de Gestalt onde a Lei da Continuidade e Fluidez se mostra presente no conceito lúdico da relação dos signos e as formas do móvel e seus acessórios se comunicam entre si através do conceito lúdico apresentado...
A água caiu da luminária, escorreu do símbolo, empoçou e possivelmente vai escorrer pelo ralo embutido estilo estas pias "moderninha" que estavam na moda até poucos dias atrás. hehehe Isso lembra também o estudo de Gestalt onde a Lei da Continuidade e Fluidez se mostra presente no conceito lúdico da relação dos signos e as formas do móvel e seus acessórios se comunicam entre si através do conceito lúdico apresentado...
Isso é arte? Classifique...
Quem está acompanhando as postagens na página e no blog já percebeu que o processo criativo em seu limiar ainda não estava definido qual tipo de móvel seria projetado... A coisa foi se criando por conta própria, cada elemento forçou a criação do outro e ainda não acabou...
Em tempo... A leitura é de costume da esquerda para direita, de cima para baixo.... Linha e coluna.... A posição dos elementos segue a linha do tempo da ideia de movimento x ação. Nesta relação dos signos tipo índice, causa e efeito, segue esta ordem de leitura e linha de tempo.
Autodidata apaixonado por marcenaria, design, arquitetura, arte, filosofia...
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